quinta-feira, 4 de julho de 2013

Formação para Gestores - CEFAPRO/Sinop-Mt

Pauta  desenvolvida pela formadora Sara Cristina com Diretores de escolas Estaduais de Sinop-Mt.

ESTADO DE MATO GROSSO
SUPERINTENDÊNCIA DE FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
CENTRO DE FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CEFAPRO.

Projeto Sala de Gestores
Data: 03/07/2013 Horário: 7:00 as 11:00 h

Tema: Formação Continuada
Responsáveis: Kátia de O. Carvalho, Kika, Lucineide Gatto, Reginaldo Vieira da Costa e Sara Cristina Gomes Pereira.

Objetivo: Assimilar a concepção de formação continuada da política de formação do estado e compreender a importância e necessidade do compromisso dos gestores para sua implementação via Projeto Sala de Educador.

Leitura compartilhada:

Atividades:

  1. Leitura do caderno do registro do encontro anterior

  2. Levantamento dos conhecimentos prévios – individualmente.

  3. Socialização e sistematização

  4. Debate / Problematizações. ( Voce participa do PSE? Qual sua participação no PSE? Quais estratégias vc adotou para participar? O que é possícel fazer para melhorar sua participação? È importante a sua participação no PSE? Por que?)
5)Leitura dos textos: Parecer Orientativo PSE (parte que fala da equipe gestora) e texto de Antonio Nóvoa "Para uma formação de professores construída dentro da profissão"

6)Com base no texto, construir a concepção de Formação Continuada.

7)Socialização

-->
Para uma formação de professores construída dentro da profissão
Nóvoa

A educação vive um tempo de grandes incertezas e de muitas perplexidades. Sentimos a necessidade da mudança, mas nem sempre conseguimos definir-lhe o rumo. Há um excesso de discursos, redundantes e repetitivos, que se traduz numa pobreza de práticas.
Há momentos em que parece que todos dizemos o mesmo, como se as palavras ganhassem vida própria e se desligassem da realidade das coisas. As organizações internacionais e as redes que hoje nos mantêm permanentemente ligados contribuem para esta vulgata que tende a vendar mais do que a desvendar.
O campo da formação de professores está particularmente exposto a este efeito discursivo, que é também um efeito de moda. E a moda é, como todos sabemos, a pior maneira de enfrentar os debates educativos. Os textos, as recomendações, os artigos e as
teses sucedem-se a um ritmo alucinante repetindo os mesmos conceitos, as mesmas ideias, as mesmas propostas.
É difícil não sermos contaminados por este “discurso gasoso” que ocupa todo o espaço e que dificulta a emergência de modos alternativos de pensar e de agir (Nóvoa & DeJong-Lambert, 2003). Mas é preciso fazer um esforço para manter a lucidez e, sobretudo, para construir propostas educativas que nos façam sair deste círculo vicioso e nos ajudem a definir o futuro da formação de professores.
O meu ensaio constrói-se em torno de um argumento muito simples: a necessidade de uma formação de professores construída dentro da profissão. Procurarei iluminar cinco facetas desta problemática, a partir de palavras que são também propostas de acção: práticas, profissão, pessoa, partilha, público. O ensaio tem como pano de fundo a convicção de que estamos a assistir, neste início do século XXI, a um regresso dos professores ao centro das preocupações educativas. Os anos 70 foram marcados pela racionalização do ensino, a pedagogia por objectivos, a planificação. Os anos 80 pelas reformas educativas e pela atenção às questões do currículo. Os anos 90 pela organização, administração e gestão dos estabelecimentos de ensino. Agora, parece ter voltado o tempo dos professores.
E, num tempo assim, talvez valha a pena regressar a uma pergunta que deixámos de fazer há muitos anos: O que é um bom professor?

O que é um bom professor?
Sabemos todos que é impossível definir o “bom professor”, a não ser através dessas listas intermináveis de “competências”, cuja simples enumeração se torna insuportável. Mas é possível, talvez, esboçar alguns apontamentos simples, sugerindo disposições que
caracterizam o trabalho docente nas sociedades contemporâneas.
Reconheço que o conceito de disposição levanta algumas dificuldades. Limito-me a assinalar, brevemente, as razões por que a ele recorro em vez de competências.
Durante muito tempo, procuraram-se os atributos ou as características que definiam o “bom professor”. Esta abordagem conduziu, já na segunda metade do século XX, à consolidação de uma trilogia que teve grande sucesso: saber (conhecimentos), saber-fazer (capacidades), saber-ser (atitudes).
Nos anos 90 foi-se impondo um outro conceito, competências, que assumiu um papel importante na reflexão teórico e, sobretudo, nas reformas educativas. Todavia, apesar de inúmeras reelaborações, nunca conseguiu libertar-se das suas origens comportamentalistas e de leituras de cariz técnico e instrumental.
Não espanta, por isso, que se tenha adaptado tão bem às políticas da “qualificação dos recursos humanos”, da “empregabilidade” e da “formação ao longo da vida”, adquirindo uma grande visibilidade nos textos das organizações internacionais, em particular da União Europeia.
Ao sugerir um novo conceito, disposição, pretendo romper com um debate sobre as competências que me parece saturado. Adopto um conceito mais “liquído” e menos “sólido”, que pretende olhar preferencialmente para a ligação entre as dimensões pessoais e profissionais na produção identitária dos professores.
Coloco, assim, a tónica numa (pre)disposição que não é natural mas construída, na definição pública de uma posição com forte sentido cultural, numa profissionalidade docente que não pode deixar de se construir no interior de uma pessoalidade do professor.

1. O conhecimento. Aligeiro as palavras do filósofo francês Alain: Dizem-me que, para instruir, é necessário conhecer aqueles que se instruem. Talvez. Mas bem mais importante é, sem dúvida, conhecer bem aquilo que se ensina (1986, p. 55). Alain tinha razão. O trabalho do professor consiste na construção de práticas docentes que conduzam os alunos à aprendizagem. Como escreveu Gaston Bachelard, em 1934, “é preciso substituir o aborrecimento de viver pela alegria de pensar” (cf. Gil, 1993). E ninguém pensa no vazio, mas antes na aquisição e na compreensão do conhecimento.
2. A cultura profissional. Ser professor é compreender os sentidos da instituição escolar, integrar-se numa profissão, aprender com os colegas mais experientes. É na escola e no diálogo com os outros professores que se aprende a profissão. O registo das práticas, a reflexão sobre o trabalho e o exercício da avaliação são elementos centrais para o aperfeiçoamento e a inovação. São estas rotinas que fazem avançar a profissão.
3. O tacto pedagógico. Quantos livros se gastaram para tentar apreender este conceito tão difícil de definir? Nele cabe essa capacidade de relação e de comunicação sem a qual não se cumpre o acto de educar. E também essa serenidade de quem é capaz de se dar ao respeito, conquistando os alunos para o trabalho escolar. Saber conduzir alguém para a outra margem, o conhecimento, não está ao alcance de todos. No ensino, as dimensões profissionais cruzam-se sempre, inevitavelmente, com as dimensões pessoais.
4. O trabalho em equipa. Os novos modos de profissionalidade docente implicam um reforço das dimensões colectivas e colaborativas, do trabalho em equipa, da intervenção conjunta nos projectos educativos de escola. O exercício profissional organiza-se, cada vez mais, em torno de “comunidades de prática”, no interior de cada escola, mas também no contexto de movimentos pedagógicos que nos ligam a dinâmicas que vão para além das fronteiras organizacionais.
5. O compromisso social. Podemos chamar-lhe diferentes nomes, mas todos convergem no sentido dos princípios, dos valores, da inclusão social, da diversidade cultural. Educar é conseguir que a criança ultrapasse as fronteiras que, tantas vezes, lhe foram traçadas como destino pelo nascimento, pela família ou pela sociedade. Hoje, a realidade da escola obriga-nos a ir além da escola. Comunicar com o público, intervir no espaço público da educação, faz parte do ethos profissional docente.
Aqui ficam cinco disposições que são essenciais à definição dos professores nos dias de hoje. Elas servem-nos de pretexto para a elaboração das propostas seguintes sobre a formação de professores. São propostas genéricas que, devidamente contextualizadas, podem inspirar uma renovação dos programas e das práticas de formação.
É escusado dizer que, sobretudo no caso da formação de professores do ensino secundário, o domínio científico de uma determinada área do conhecimento é absolutamente imprescindível. Sem esse conhecimento tudo o resto é irrisório. Parto do pressuposto que, na actual configuração das políticas europeias, se define o Mestrado como grau académico para a entrada na profissão docente. Os candidatos ao professorado terão, assim, de percorrer três momentos de formação:
1.º A graduação numa determinada disciplina científica;
2.º O mestrado em ensino, com um forte referencial didáctico, pedagógico e profissional;
3.º Um período probatório, de indução profissional.
As propostas seguintes incidem apenas, como é evidente, sobre o segundo e o terceiro momentos do percurso de formação como professor.

P1 – Práticas
A formação de professores deve assumir uma forte componente práxica, centrada na aprendizagem dos alunos e no estudo de casos concretos, tendo como referência o trabalho escolar.
O debate educativo esteve marcado, durante muito tempo, pela dicotomia teoria/prática. É certo que, logo no final do século XIX, Henri Marion afirma que, de entre todas as ciências práticas, a ciência política é a mais próxima da pedagogia, uma vez que tem como objectivo a acção e não o saber (1887, p. 2238). E, alguns anos mais tarde, em 1902, Émile Durkheim avança mesmo o conceito de teoria prática, para tentar escapar a uma inútil dicotomia (1993, p. 80).
Mas a verdade é que não houve uma reflexão que permitisse transformar a prática em conhecimento. E a formação de professores continuou a ser dominada mais por referências externas do que por referências internas ao trabalho docente. Impõe-e inverter esta longa tradição, e instituir as práticas profissionais como lugar de reflexão e de formação.
Não se trata de adoptar uma qualquer deriva praticista e, muito menos, de acolher as tendências anti-intelectuais na formação de professores (Nóvoa, 2008). Trata-se, sim, de abandonar a ideia de que a profissão docente se define, primordialmente, pela capacidade de transmitir um determinado saber. É esta concepção que tem levado às intermináveis discussões entre “republicanos”, que apenas se interessariam pelos conteúdos científicos, e “pedagogos”, que colocariam os métodos de ensino acima de tudo o resto (adopta-se aqui a divisão entre “republicanos” e “pedagogos” habitual nas polémicas educativas em França – ver a tese de doutoramento de Alain Trouvé, 2006).
Não. O que caracteriza a profissão docente é um lugar outro, um terceiro lugar, no qual as práticas são investidas do ponto de vista teórico e metodológico, dando origem a à construção de um conhecimento profissional docente. Como escreve David Labaree (2000), as práticas docentes são extremamente difíceis e complexas, mas, por vezes, alimenta-se publicamente a ideia de que ensinar é muito simples, contribuindo assim para um desprestígio da profissão.
A este propósito, a comparação com a formação dos médicos, que vem desde a origem das primeiras escolas normais, no século XIX, continua a revelar-se fértil. Inspirado por um texto de Lee Shulman, An immodest proposal, tive a oportunidade, recentemente, de acompanhar um grupo de estudantes e professores de Medicina num hospital universitário. Do que pude observar, quero chamar a atenção para quatro aspectos: i) o modo como a formação se realiza a partir da observação, do estudo e da análise de cada caso; ii) a identificação de aspectos a necessitarem de aprofundamentos teóricos, designadamente quanto à possibilidade de distintas abordagens de uma mesma situação; iii) a existência de uma reflexão conjunta, sem confundir os papéis de cada um (chefe da equipa, médicos, internos, estagiários, etc.), mas procurando mobilizar um conhecimento pertinente; iv) a preocupação com questões relacionadas com o funcionamento dos serviços hospitalares e a necessidade de introduzir melhorias de diversa ordem.
Estamos perante um modelo que pode servir de inspiração para a formação de professores. Os quatro aspectos acima mencionados encerram quatro lições importantes.
Em primeiro lugar, a referência sistemática a casos concretos, e o desejo de encontrar soluções que permitam resolvê-los. Estes casos são “práticos”, mas só podem ser resolvidos através de uma análise que, partindo deles, mobiliza conhecimentos teóricos. A formação de professores ganharia muito se se organizasse, preferentemente, em torno de situações concretas, de insucesso escolar, de problemas escolares ou de programas de acção educativa. E se inspirasse junto dos futuros professores a mesma obstinação e persistência que os médicos revelam na procura das melhores soluções para cada caso.
Em segundo lugar, a importância de um conhecimento que vai para além da “teoria” e da “prática” e que reflecte sobre o processo histórico da sua constituição, as explicações que prevaleceram e as que foram abandonadas, o papel de certos indivíduos e de certos
contextos, as dúvidas que persistem, as hipóteses alternativas, etc. Como escreve Lee Shulman (1986) num texto seminal, para ser professor não basta dominar um determinado conhecimento, é preciso compreendê-lo em todas as suas dimensões.
Em terceiro lugar, a procura de um conhecimento pertinente, que não é uma mera aplicação prática de uma qualquer teoria, mas que exige sempre um esforço de reelaboração. Estamos no âmago do trabalho do professor. Nos últimos vinte anos, vulgarizou-se o conceito de transposição didáctica, trabalhado por Yves Chevallard (1985), para explicar a acção docente. Posteriormente, Philippe Perrenoud (1998) avançou o conceito de transposição pragmática para sublinhar a importância da mobilização prática dos saberes em situações inesperadas e imprevisíveis. Pessoalmente, prefiro falar em transformação deliberativa, na medida em que o trabalho docente não se traduz numa mera transposição, pois supõe uma transformação dos saberes, e obriga a uma deliberação, isto é, a uma resposta a dilemas pessoais, sociais e culturais.
Em quarto lugar, a importância de conceber a formação de professores num contexto de responsabilidade profissional, sugerindo uma atenção constante à necessidade de mudanças nas rotinas de trabalho, pessoais, colectivas ou organizacionais. A inovação é um elemento central do próprio processo de formação.

P2 – Profissão
A formação de professores deve passar para “dentro” da profissão, isto é, deve basear-se na aquisição de uma cultura profissional, concedendo aos professores mais experientes um papel central na formação dos mais jovens.
Esta segunda proposta é a que melhor ilustra o conjunto dos argumentos que procuro desenvolver neste ensaio. Ela poderia estar escrita de outro modo: devolver a formação de professores aos professores. A frase pressupõe que os professores terão sido afastados dos programas de formação. E, de facto, assim é.
Os médicos, os engenheiros ou os arquitectos têm um papel dominante na formação dos seus futuros colegas. O mesmo não se passa com os professores. Se é natural que assim seja no que diz respeito ao primeiro momento da formação dos professores do ensino secundário (licenciatura), nada justifica o papel marginal que desempenham no segundo momento (mestrado) e até, por vezes, no terceiro (indução profissional).
Na verdade, houve vários grupos que, progressivamente, foram assumindo uma responsabilidade cada vez maior na formação dos professores, e na regulação da profissão docente, relegando os próprios professores para um papel secundário. Estou a referir-me a um conjunto vasto e heterogéneo de especialistas que ocupam lugares de destaque nos departamentos universitários de Educação (ou Ciências da Educação) e nas entidades oficiais ou para-oficiais responsáveis pela política educativa.
No primeiro caso, a expansão da “comunidade de formadores de professores” teve efeitos muito positivos, sobretudo no que diz respeito à proximidade com a investigação e ao rigor científico. Mas acentuou, claro está, a tendência para valorizar o papel dos “cientistas da educação” ou dos “especialistas pedagógicos” e do seu conhecimento teórico ou metodólógico em detrimento dos professores e do seu conhecimento prático. É inegável que a investigação científica em educação tem uma missão indispensável a cumprir, mas a formação de um professor encerra uma complexidade que só se obtém a partir da integração numa cultura profissional.
No segundo caso, verifica-se um desenvolvimento, sem precedentes, de uma série de especialistas e de entidades de acreditação e de avaliação que definem os currículos da formação de professores, o modo de entrada na profissão, as regras do período probatório e o juízo sobre os desempenhos profissionais. Estes especialistas são fortemente influenciados pelas organizações internacionais (União Europeia, OCDE, etc.) e tendem a ocupar um espaço que deveria ser da responsabilidade dos professores mais experientes.
O contributo destes dois grupos é essencial para a formação de professores. Mas não é possível escrever textos atrás de textos sobre a praxis e o practicum, sobre a phronesis e a prudentia como referências do saber docente, sobre os professores reflexivos, se não concretizarmos uma maior presença da profissão na formação (Birmingham, 2004).
Por isso, insisto na necessidade de devolver a formação de professores aos professores, porque o reforço de processos de formação baseadas na investigação só faz sentido se eles forem construídos dentro da profissão. Enquanto forem apenas injunções do exterior, serão bem pobres as mudanças que terão lugar no interior do campo profissional docente.
Um momento particularmente sensível na formação de professores é a fase de indução profissional, isto é, os primeiros anos de exercício docente. Grande parte da nossa vida profissional joga-se nestes anos iniciais e na forma como nos integramos na escola e no
professorado. Neste sentido, este momento deve ser organizado como parte integrante do programa de formação em articulação com a licenciatura e o mestrado.
Nestes anos em que transitamos de aluno para professor é fundamental consolidar as bases de uma formação que tenha como referência lógicas de acompanhamento, de formação-em-situação, de análise da prática e de integração na cultura profissional docente.

P3 – Pessoa
A formação de professores deve dedicar uma atenção especial às dimensões pessoais da profissão docente, trabalhando essa capacidade de relação e de comunicação que define o tacto pedagógico.
Ao longo dos últimos anos, temos dito (e repetido) que o professor é a pessoa, e que a pessoa é o professor. Que é impossível separar as dimensões pessoais e profissionais. Que ensinamos aquilo que somos e que, naquilo que somos, se encontra muito daquilo que ensinamos. Que importa, por isso, que os professores se preparem para um trabalho sobre si próprios, para um trabalho de autoreflexão e de auto-análise.
Temos caminhado no sentido de uma melhor compreensão do ensino como profissão do humano e do relacional. As dificuldades levantadas pelos “novos alunos” (por aqueles que não querem aprender, por aqueles que trazem novas realidades sociais e culturais para dentro da escola) chamam a atenção para a dimensão humana e relacional do ensino, para esse corpo-a-corpo diário a que os professores estão obrigados.
Ora esta relação (a qualidade desta relação) exige que os professores sejam pessoas inteiras. Não se trata de regressar a uma visão romântica do professorado (a conceitos vocacionais ou missionários). Trata-se, sim, de reconhecer que a necessária tecnicidade e cientificidade do trabalho docente não esgotam todo o ser professor. E que é fundamental reforçar a pessoa-professor e o professor-pessoa.
Estamos no limiar de uma proposta com enormes conseqüências para a formação de professores, que constrói uma teoria da pessoalidade no interior de uma teoria da profissionalidade. Assim sendo, é importante estimular, junto dos futuros professores e nos primeiros anos de exercício profissional, práticas de auto-formação, momentos que permitam a construção de narrativas sobre as suas próprias histórias de vida pessoal e profissional.
Refiro-me à necessidade de elaborar um conhecimento pessoal (um auto-conhecimento) no interior do conhecimento profissional e de captar (de capturar) o sentido de uma profissão que não cabe apenas numa matriz técnica ou científica. Toca-se aqui em qualquer coisa de indefinível, mas que está no cerne da identidade profissional docente.
O registo escrito, tanto das vivências pessoais como das práticas profissionais, é essencial para que cada um adquira uma maior consciência do seu trabalho e da sua identidade como professor. A formação deve contribuir para criar nos futuros professores hábitos de reflexão e de auto-reflexão que são essenciais numa profissão que não se esgota em matrizes científicas ou mesmo pedagógicas, e que se define, inevitavelmente, a partir de referências pessoais.

P4 – Partilha
A formação de professores deve valorizar o trabalho em equipa e o exercício colectivo da profissão, reforçando a importância dos projectos educativos de escola.
A emergência do professor colectivo (do professor como colectivo) é uma das principais realidades do início do século XXI. Já se tinha assistido a este fenómeno noutras profissões, por exemplo na saúde, na engenharia ou na advocacia, mas no ensino, apesar da existência de algumas práticas colaborativas, não se tinha verificado ainda a consolidação de um verdadeiro “actor colectivo” no plano profissional.
Hoje, a complexidade do trabalho escolar reclama um aprofundamento das equipas pedagógicas. A competência colectiva é mais do que o somatório das competências individuais. Estamos a falar da necessidade de um tecido profissional enriquecido, da necessidade de integrar na cultura docente um conjunto de modos colectivos de produção e de regulação do trabalho.
Seria demasiado longo percorrer, agora, todas as implicações do que acabo de afirmar para a formação de professores. Retenho apenas dois aspectos.
Em primeiro lugar, a ideia da escola como o lugar da formação dos professores, como o espaço da análise partilhada das práticas, enquanto rotina sistemática de acompanhamento, de supervisão e de reflexão sobre o trabalho docente. O objectivo é transformar a experiência colectiva em conhecimento profissional e ligar a formação de professores ao desenvolvimento de projectos educativos nas escolas.
Em segundo lugar, a ideia da docência como colectivo, não só no plano do conhecimento mas também no plano da ética. Não há respostas feitas para o conjunto de dilemas que os professores são chamados a resolver numa escola marcada pela diferença cultural e pelo conflito de valores. Por isso, é tão importante assumir uma ética profissional que se constrói no diálogo com os outros colegas.
A colegialidade, a partilha e as culturas colaborativas não se impõem por via administrativa ou por decisão superior. A formação de professores é essencial para consolidar parcerias no interior e no exterior do mundo profissional. Hoje, num tempo tão carregado de referências ao trabalho cooperativo dos professores, é surpreendente a fragilidade dos movimentos pedagógicos que, ao longo do século XX, desempenharam um papel central na inovação educacional. Estes movimentos, tantas vezes baseados em redes informais e associativas, são espaços insubstituíveis no desenvolvimento profissional dos professores.
É urgente reforçar as comunidades de prática, isto é, um espaço conceptual construído por grupos de educadores comprometidos com a pesquisa e a inovação, no qual se discutem ideias sobre o ensino e aprendizagem e se elaboram perspectivas comuns sobre os desafios da formação pessoal, profissional e cívica dos alunos.
Através dos movimentos pedagógicos ou das comunidades de prática, reforça-se um sentimento de pertença e de identidade profissional que é essencial para que os professores se apropriem dos processos de mudança e os transformem em práticas concretas de intervenção. É esta reflexão colectiva que dá sentido ao desenvolvimento profissional dos professores.
Para conseguir esta transformação de fundo na organização da profissão docente é fundamental construir programas de formação coerentes. O diálogo profissional tem regras e procedimentos que devem ser adquiridos e exercitados nas escolas de formação e nos primeiros anos de exercício docente. Sem isso, continuaremos a repetir intenções que dificilmente terão uma tradução concreta na vida dos professores e das escolas.

P5 – Público
A formação de professores deve estar marcada por um princípio de responsabilidade social, favorecendo a comunicação pública e a participação profissional no espaço público da educação.
As escolas são lugares da relação e da comunicação. Mas as escolas comunicam mal com o exterior. Os professores explicam mal o seu trabalho. As escolas resistem à avaliação e à prestação de contas sobre o seu trabalho. E, sobretudo, há uma ausência da voz dos professores nos debates públicos. É necessário aprender a comunicar com o público, a ter uma voz pública, a conquistar a sociedade para o trabalho educativo comunicar para fora da escola.
Será que a exposição pública vai contribuir para tornar os professores e as escolas mais vulneráveis? Talvez. Mas, paradoxalmente, esta vulnerabilidade é condição essencial da sua evolução e da sua transformação.
A escola cresceu como “palácio iluminado”. Hoje, é apenas um pólo – sem dúvida muito importante – num conjunto de redes e de instituições que devem responsabilizar-se pela educação das crianças e pela formação dos jovens. Curiosa mente, é este estatuto
mais modesto que lhe permitirá readquirir uma credibilidade que foi perdendo.
A contemporaneidade exige que tenhamos a capacidade de recontextualizar a escola no seu lugar próprio, valorizando aquilo que é especificamente escolar, deixando para outras instâncias atividades e responsabilidades que hoje lhe estão confiadas.
É este o sentido daquilo que tenho designado por novo espaço público da educação, no qual se poderá celebrar um novo contrato entre os professores e a sociedade. Não basta atribuir responsabilidades às diversas entidades, é necessário que elas tenham uma palavra a dizer, que elas tenham capacidade de decisão sobre os assuntos educativos.
A concretização desta mudança exige uma grande capacidade de comunicação dos professores e um reforço da sua presença pública. Importa retomar uma tradição histórica das escolas de formação do início do século XX, que procuravam acentuar o papel social dos professores. Hoje, ainda que numa perspectiva diferente, é necessário reintroduzir esta dimensão nos programas de formação de professores.
Nas sociedades contemporâneas, o prestígio de uma profissão mede-se, em grande parte, pela sua visibilidade social. No caso dos professores estamos mesmo perante uma questão decisiva, pois a sobrevivência da profissão depende da qualidade do trabalho interno nas escolas, mas também da sua capacidade de intervenção no espaço público da educação. Se os programas de formação não compreenderem esta nova realidade da profissão docente passarão ao lado de um dos principais desafios deste princípio do século XXI.

Concluindo…
De forma simples, procurei identificar cinco facetas que definem o “bom professor”: conhecimento, cultura profissional, tacto pedagógico, trabalho em equipa e compromisso social.
Admitindo que, pelo menos na Europa, nos encaminhamos para uma formação em três momentos – graduação, mestrado, indução profissional – estas propostas destinam-se a inspirar, sobretudo, os dois últimos momentos. Elas sugerem uma organização integrada e coerente do mestrado (2 anos) e da indução profissional (2 a 3 anos). Faltaria ainda referir a importância de uma articulação com as dinâmicas de formação contínua, mas esse não era o tema deste artigo.
No essencial, advogo uma formação de professores construída dentro da profissão, isto é, baseada numa combinação complexa de contributivos científicos, pedagógicos e técnicos, mas que tem como âncora os próprios professores, sobretudo os professores mais experientes e reconhecidos.
As cinco propostas que avancei, marcadas com a letra P, procuram valorizar a componente práxis, a cultura profissional, as dimensões pessoais, as lógicas coletivas e a presença pública dos professores.
São princípios que já inspiram muitos programas de formação de professores. Infelizmente, nem sempre há uma divulgação destes programas, nem os meios que permitam difundi-los junto dos círculos educacionais e profissionais (Darling-Hammond, Chung & Felow, 2002).
Reconheço que nos faz falta dedicar mais tempo à comunicação e discussão de experiências concretas de formação de professores existentes em várias universidades de referência.


terça-feira, 2 de julho de 2013

Formação Continuada em Lucas do Rio Verde Escola Dom Bosco

Governo do Estado de Mato Grosso
Secretaria de Estado de Educação
Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica CEFAPRO/Sinop

Formação Profuncionário - Município - Lucas do Rio Verde
Professores(as):
* Senilde Solange Catelan,
* Sara Cristina Gomes Pereira
MÓDULO 5 – EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E TRABALHO: ABORDAGEM SOCIOLÓGICA DA EDUCAÇÃO
Objetivo:
Compreender como funciona a sociedade hoje, verificando de que maneira ela foi construída.

Metodologia:
A apresentação das unidades será desenvolvida através de:
* Slides;
* Vídeos
* Trabalho em grupo.

Atividades:
* 25/06 -Terça
Desenvolvimento das unidades
1 – Construção da Lente sociológica
2 - Duas Tendências Teóricas no estuda da sociedade
3 – Educação na perspectiva conservadora

* 26/06 - Quarta
4- Educação na perspectiva crítica
5- Reestruturação capitalista, reformas do Estado e o mundo do trabalho

Avaliação
A avaliação será de forma oral.

Bibliografia:
Módulo 5 – PROFUNCIONARIO - Educação, sociedade e trabalho: abordagem sociológica da educação. Ricardo Gonçalves Pacheco e Erasto Fortes Mendonça.2012. -->
Governo do Estado de Mato Grosso
Secretaria de Estado de Educação
Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica CEFAPRO/Sinop

MUNICÍPIOS DE LUCAS DO RIO VERDE
( Junho)
Sala de Educador

Professoras formadoras:
Sara Cristina Gomes Pereira
Senilde Solange Catelan

OBJETIVOS:
  • Proporcionar momentos para a reflexão e a investigação da prática individual e coletiva entre os diversos segmentos;
  • Participar do Projeto Sala de Educador das Escolas;
  • Apresentar e Sistematizar o Módulo 5: Educação, Sociedade e Trabalho: Abordagem Sociológica da Educação.

ATIVIDADES:
- Escola Estadual Luiz Carlos Ceconello24/06 das 17h as 21h (Senilde)
PSE: Tema a ser trabalhado: Educação Inclusiva.
- Escola Estadual Angelo Nadin25/06 das 17h as 19h (Senilde)
PSE: Tema: A função Social do Ensino Médio conforme as orientaçõers curriculares de MT.

-Escola Estadual Dom Bosco - (Sara)
PSE: Tema: Organização Curricular por Complexo Temático e Médio Inovador.
24/0618h as 20h (Sara )
25/067:30h as 11:30h (Sara)
25/06 - PROFUNCIONÁRIO - Noturno das 19h as 23h ( Sara e Senilde)
26/06Contatar a Gestora Municipal de Educação- Matutino: 9h .
26/06Vespertino das 13:30h as 17h (Sara)
26/06 -PROFUNCIONÁRIO - Noturno das 19h as 23h ( Sara e Senilde)

27/06 - Retorno





Apresentação no V seminário da Tecnologia - UNEMAT

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Formação Continuada na escola Edna Dalabetta - SINOP

Nos dias 12 e 19 de Junho as professoras Formadoras do CEFAPRO, Sara, Sandra e Rozilene trabalharam o Tema Alfabetização e Letramento com os seguintes
Objetivos:
  • Apresentar as mudanças nas concepções de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita nas práticas de alfabetização
  • Conceituar alfabetização e letramento
  • Apresentar práticas pedagógicas que envolvem alfabetização e letramento.
Conteúdos:
  • Concepções de ensino e de aprendizagem
  • Alfabetização e letramento
  • Organização do trabalho pedagógico 

     Metodologia
    Apresentar o gênero da leitura deleite explorando as estratégias de leitura:
    • Quem conhece o poema?
    • De que trata o poema?
    • Quais as características de um poema?
     O poema é um gênero que materializa pontos de vista sobre o mundo por meio da expressão poética.
    Apresenta-se em versos. Busca atender ao propósito de expressar um ponto de vista, um sentimento, uma sensação, uma impressão, uma idéia.
    Encontraremos em muitos poemas rimas, aliterações, tudo para imprimir um certo ritmo.
    O que é alfabetização? O que é letramento? Por que se fala tanto de alfabetização e letramento?
    Qual a diferença entre alfabetizar e letrar?

    Os professores serão divididos em grupos para a leitura e socialização do texto.
    Após a apresentação dos grupos será feito uma apresentação de slides abordando: alfabetização e letramento, psicogênese da escrita, gêneros textuais, eixos e capacidades, sequência didática, rotina.
    Será apresentado o vídeo com situações práticas de alfabetização e letramento.
    A avaliação será processual e formativa.

     

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Artigo - Orientações Curriculares para Área de LInguagens publicado na página da SEDUC

Artigos

terça-feira, 04 de junho de 2013
Professoras GEPLIA em estudo



Educação Básica no Estado de Mato Grosso, Brasil: A construção e divulgação das orientações curriculares da área de linguagens
Neste artigo apresentamos as políticas públicas de ensino na Educação Básica em Mato Grosso mediante análise documental das Orientações Curriculares para a Educação Básica e das Orientações Curriculares para a Área de Linguagens. Também descrevemos algumas práticas coletivas utilizadas pela Secretaria de Estado de Educação para a elaboração e divulgação das ideias contidas nos documentos até sua chegada às escolas, sobretudo a partir do trabalho realizado pelos Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica do Estado de Mato Grosso (CEFAPRO), tomando como base as ações desencadeadas pelos professores formadores que compõe a área de linguagens.
Clique no link abaixo e confira o artigo.

Relato Geplia dia 05-06-2013

O encontro nesta manhã contou com a presença das professoras Sara,Márcia,Leandra, Cássia e Luiz. A primeira atividade foi a leitura dos objetivos da pauta  e o registro feito pela professora Márcia, desenvolvida na escola Nossa Senhora de Lourdes.
Dividiu-se os professores formadores para acompanhamento dos artigos científicos na escola Nossa Senhora de Lourdes.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Pesquisadoras do GEPLIA tem texto publicado na revista eletrônica de Linguística Teórica e Linguística Aplicada

Pesquisadoras do grupo de estudo GEPLIA tem artigo recentemente publicado que trata das Orientações Curriculares para a área de Linguagem:
acesse o Link e leia o artigo na íntegra:http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/forum
Professoras Leandra, Rosinda, Sara e Arlete

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pauta desenvolvida com os Gestores das escolas de Sinop-MT





PAUTA PARA O 1º PRIMEIRO ENCONTRO DO PROJETO SALA DE GESTORES
Responsável: Kátia de Oliveira Carvalho
Colaboradores: Ivonei Andrioni, Lucineide da Silva, Reginaldo Costa e Sara Cristina Pereira
DATA: 15/05/2013
LOCAL: Centro de Formação dos Profissionais da Educação Básica/Sinop-MT


TEMA: POLÍTICAS PUBLICAS DA EDUCAÇÃO

imagem acessada da internet em 15-05-2013 por Sara Cristina

Objetivo: Compreender o que é e qual a organização das políticas públicas do Estado de Mato Grosso para a educação.


1 – Leitura compartilhada: Texto “Mude” (Clarice Lispector) – (10 min)


2 – Levantamento dos conhecimento prévios: (20 min)
  • Porque o Estado de Mato Grosso optou pela organização curricular em ciclos?
  • Quais são as principais políticas educacionais do Estado de Mato Grosso?
  •  Qual é a função principal do Cefapro?


3 - Sistematização das respostas (10 min)


4 – Apresentação e comentário sobre artigo da LDB 9394/96 onde trata da autonomia de Estados e Municípios na organização de seus sistemas ( 05 min)


5 – Leitura em duplas, do texto: “Políticas Públicas Educacionais” (Adão Francisco de Oliveira). (30 min)


6 – Socialização do entendimento do texto (1h e 30 min)


7 – Apresentação do organograma (15 min)


8 – Organização para o próximo encontro: definição de responsável, local e tema.


















sexta-feira, 10 de maio de 2013

Educomunicação - CEFAPRO/SINOP - 2013

3º Encontro da Formação Educomunicação

quinta-feira, 9 de maio de 2013


Terceiro encontro da formação Educomunicação  abordou oralidade e teve visita a rádio Hits FM em Sinop MT.
As Escolas Estaduais Dom Bosco de Lucas do Rio Verde, Mario Spinelli e 13 de Maio de Sorriso, 19 de Dezembro de Nova Ubiratan, Perpétuo Socorro de Vera, Desembargador Miltom Pompeo de Barros de Colíder, Cândido Portinari de Tapurah, Paulo Freire, Jorge Amado e  São Vicente de Sinop, estão participando ativamente dos encontros que são realizadados na sede  CEFAPRO de Sinop.
A formação está em seu 3º encontro e desta vez propiciou aos participantes a reflexão sobre a importância do desenvolvimento das capacidades da oralidade e para discutir melhor esta temática a equipe visitou uma rádio no município de Sinop.
Os cursistas foram recebidos por  uma radialista que apresentou os estúdios de edição e de gravação, respondendo as perguntas dos educomunicadores e também socializando como ocorre o processo de criação na rádio.
Além das discussões sobre oralidade e visita a rádio, os participantes socializaram as atividades a distância, em que realizaram a transmutação do gênero notícia para outros gêneros. Estes por sua vez não são inovações absolutas, tais criações já existiam em outros gêneros, pois Bakthin (1997) já falava da “transmutação” dos gêneros e na assimilação de um gênero por outro e assim gerando novos. O resultado foi diferentes poesias, paródias, contos, músicas, vídeos e até clipes musicais.
Ainda está previsto o 4º encontro que ocorrerá em junho onde serão socializadas os planejamentos de integração do projeto Educomunicação no currículo escolar e como postar os arquivos de áudio produzidos nas rádios escolares na internet, criando assim Podcast educacionais.

Texto produzido colaborativamente pelos formadores responsáveis (Linguagem e Tecnologia) utilizando a Google Docs.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Educomunicação - Pauta Desenvolvida dia 08-05-2013


 

Terceiro Encontro de Formação Educomunicação – 08-05-2013

Professores Formadores : Luiz, Gilmar, Lucineide, Ketheley, Sandra e Sara

Objetivos:
Identificar e comentar as capacidades da Oralidade ( quadro SIGA) presentes na apresentação do Vídeo.
Conhecer a estrutura e o funcionamento da Rádio Local, através da apresentação do radialista.

Visita dos professores a Rádio Hits FM - Sinop-MT
Apresentação das atividades propostas no encontro passado refentes aos Gêneros Textuais desenvolvidos nas escolas.

Desenvolvimento da Pauta
Tira dúvidas.
  • Boas Vindas
  • Dinâmica – Festival dos Gêneros Textuais.
  • Atividade Desenvolvimento das Capacidades da Oralidade mediante Observação do Vídeo – André Neves ( depoimento)
  • Apresentação das Atividades das Escolas Com os Gêneros Textuais.
  • Visita à radio registro das observações importantes que contribuirão para o trabalho na escola.
  • Atividade à distância – Realizar um planejamento que contemple o desenvolvimento de Capacidades da Oralidade nos Ciclos e no Ensino Médio. ( Trazer no Próximo encontro o planejamento e a Gravação para postar no Blog da Tecnologia e talvez no Portal do MEC)

Observação: Lembrar aos cursistas que teremos o evento da Tecnologia na UNEMAT, preparar apresentação.

Dinâmica - Festival dos Gêneros Textuais
-->
FESTIVAL DOS GÊNEROS TEXTUAIS
No reino encantado da leitura, havia risos, flores, alegria... 
Querem saber a razão desta festa? Eu vou contar-lhes já.
Era um dia muito especial, estava acontecendo, o grande festival das modalidades textuais. A primeira modalidade a se apresentar foi o CONTO, que chegou inovando na sua apresentação, imagine que inusitado, ele chegou cantando:

Era uma vez a riqueza contra a simplicidade uma mostrando para outra que dava mais felicidade. Para gente ser feliz tem que cultivar as nossas amizades e os amigos de verdade, pra gente ser feliz tem que mergulhar na própria fantasia na nossa liberdade”.

E naquele momento todos os participantes empolgados CANTARAM:

Uma história de amor de aventura e de magia, só tem a ver quem já foi criança um dia.

A segunda modalidade a se apresentar, foi o grupo das QUADRINHAS, que em um grande coro, dando um show em linguagem oral exclamaram:

Tenho fome, tenho sede,
Mas não é de pão nem vinho;
Tenho fome de um abraço,
Tenho sede de um beijinho.”

E saíram abraçando e beijando o público presente. O grupo TRAVA-LÍNGUAS chegou na seqüência verbalizando forte e bonito:

O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo que o tempo tem tanto tempo Quanto tempo o tempo tem.”

Deixando a mensagem que o tempo quem faz é a gente e que devemos estabelecer um tempo para nós dedicarmos à leitura. Neste momento chegaram o grupo das FÁBULAS, com aura de sabedoria, deixaram uma bonita lição aos participantes do festival, que assim dizia: 

Um dia, um cão ia atravessando uma ponte carregando um osso na boca. Olhando para baixo, viu sua própria imagem refletida na água. Pensado ver outro cão, cobiçou-lhe o osso e pôs-se a latir. Mal, porém, abriu a boca, seu próprio osso caiu na água e se perdeu para sempre. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.”

Na seqüência o TEXTO INFORMATIVO, explicou: 

Esta fábula encontra-se na coleção de alfabetização volume três, página 58. Esta coleção apresenta diferentes gêneros textuais que poderão ser explorados no desenvolvimento do ensino aprendizagem. 

De repente, chegou de mansinho, suave, com uma voz doce, o grupo da POESIA e declamou um lindo poema de Gonçalves Dias:

Canção do Exílio.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho ,à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra têm palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho ,à noite – Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra têm palmeiras
Onde canta o sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;

Surgiu então as PARLENDAS, alegres, saltitantes, em coro exclamaram:

Um, dois, Feijão com arroz; Três, quatro, Arroz no prato; Cinco, Seis, Bolo Inglês; Sete, oito, Café com biscoito; Nove, dez, Vai na bica lavar os pés Pra comprar cinco pastéis Pra ganhar quinhentos réis Pra comer no dia dez”.

O grupo CANÇÕES, levantou-se e convidou todos para cantarem juntos:

Viver e não ter a vergonha de ser feliz,  Cantar e cantar e cantar, A beleza de ser um eterno aprendiz, Ai meu Deus, eu sei, que a vida devia ser bem melhor e será. Mas isso não impede que eu repita: É bonita, é bonita e é bonita.

A cada nova modalidade apresentada à plateia ia ao delírio, navegando na magia da leitura, cada modalidade textual apresentava sua estrutura, características e o suporte onde poderiam encontrá-los. O público analisava cada detalhe da linguagem oral, escrita, faziam análise e reflexão sobre a língua. Foi um grande festival, onde todos mergulharam fundo, na misteriosa aventura do reino encantado da leitura.