quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Encontro sobre Diversidade com profissionais da Educação em Sinop-MT.

  Encontro da Diversidade IV módulo CEFAPRO/ SINOP-MT.

Nos dias 06 e 07 de Dezembro no auditório do CEPROTEC em Sinop-MT. Os profissionais da educação deste Polo estiveram com os Professores Clóvis e Alexander da UFMT para o estudo do IV módulo do Curso sobre Diversidade. O primeiro dia trabalhado pelo professor Clóvis, tratou da importância dos registros “Memória e Projeto de intervenção” como requisitos exigidos pelo curso.
Ao iniciar sua apresentação o professor falou sobre a opressão sofrida ainda neste século pelas mulheres em alguns países por conta de questões culturais ou mesmo por força de leis. Neste sentido apresentou o pensamento de (Simone de Beauvoir) com as seguintes palavras: “Os países do oriente oprimem a mulher mais com o rigor dos costumes do que com as próprias leis”.
Quanto à conceituação de gênero estudos apontam a presença de apenas dois gêneros, o feminino e o masculino, isso nos remete a pensar então qual o papel da mulher e do homem na atual sociedade? Outra questão levantada foi: Quais as memórias de infância que temos? Quais as brincadeiras apresentadas para os meninos e para as meninas pela família e pela escola? Quais as ações das instituições escolares frente a atos de violência, preconceito ou discriminação?  Estas reflexões são pertinentes nesta nossa construção sobre a importância de se respeitar as diferenças bem como de orientar os jovens neste sentido.
Vimos também que Características biológicas e afetivas estão relacionadas à sexualidade neste sentido outras temáticas poderão ser tratadas para elucidar possíveis dúvidas dos jovens como: Sexo, afetividade, Orientação Sexual, Educação Sexual, Orgasmo, reprodução, Tabus, Prazer, pecado, Sedução, Prostituição, Gravidez, Doenças, Religião, Sociedade, Poder, Fantasias, Mitos, Preconceito, Desejo, Paixão, Dinheiro dentre outros temas que estão intrinsecamente co-relacionados aos estudos sobre Sexualidade. Neste sentido nos fez refletir quais os nossos conceitos Sociais, Morais e ou Religiosos ao tratar destas temáticas com os jovens?
Falando mais especificamente sobre sexualidade, estudos da Organização Mundial de Saúde apontam para três tipos de Orientação Sexual: Heterossexual, Homossexual e Bissexual, orientações estas que só a maturidade biológica e cognitiva poderão confirmar, compreendemos também nestes estudos que entre às possíveis patologias relacionadas a sexualidade estão a zoofilia, pedofilia, necrofilia dentre outras, para tais patologias há pesquisas cientificas tanto para compreender quanto para  reverter estes quadros, considerando que os mesmos causam problemas para os com estes transtornos.
Outra questão relevante nos estudos sobre sexualidade diz respeito à substituição do termo “Homossexualismo” por “Homossexualidade”, a substituição de um termo pelo outro justifica-se tendo em vista que o sufixo “ismo” está relacionado a doenças, desta forma compreende-se atualmente  a homossexualidade não mais como distúrbio ou doença mas como orientação sexual diferenciada.
No que diz respeito às questões de gênero e sexualidade há que se levar em conta também a orientação sexual biológica às vezes incompatível com a orientação psicológica, fator este relevante ao tratar com alunos cujo registro civil é masculino e a orientação sexual feminina, uma sugestão é anotar o nome social ao lidar com esta pessoa, com a finalidade de não constranger o educando.
Aos profissionais que trabalham levando em conta estas possibilidades de orientação sexual nas instituições, estudos apontam cautela, tendo em vista que cada pessoa e só ela, poderá de fato definir qual a sua orientação sexual, sendo proibido por lei rotular ou discriminar pessoas cuja orientação sexual biológica seja diferente da orientação psicológica, processo este que cada pessoa leva aproximadamente cinco ou mais anos para de fato conseguir definir possibilitando assim a cada pessoa a decisão de readequação ou não de sexo com orientação especializada. Neste sentido também é importante compreender que estereótipos masculinos e ou femininos não configuram a homossexualidade.
Compreendendo que a Educação em Sexualidade é papel tanto da escola quanto da família, cabe a cada um em seu contexto social contribuir com a construção deste conhecimento junto aos jovens de forma sistematizada, neste sentido os profissionais em educação deverão refletir no que diz respeito a essa temática avaliando fatores como: que tipo de jovem quero formar  qual a sociedade em que vivemos, quais os valores presentes nesta sociedade, até que ponto fatores como homogeneização política e ou econômica, globalização, mundialização dos meios de comunicação e informação, indústria do ócio dentre outros fatores influenciam esta geração? E como isto afeta a Sexualidade dos indivíduos?
Outra questão a considerar neste sentido é até que ponto como educadores fazemos valer a autonomia profissional parar orientar os jovens? Será que ignorar estes conflitos contribuirá para o desenvolvimento emocional, físico e intelectual dos Jovens?
Segundo estudos  apresentados pelos professores, pequenos gestos  já na infância por parte de adultos podem reforçar o sexismo (poderio masculino sobre o feminino). Simples falas como: menino não chora, menino usa azul, menina usa rosa, meninos jogam futebol meninas brincam de bonecas, reforçam mentalmente nas crianças desigualdades e até superioridades e ou  inferioridades de um gênero para com o outro, tais falas aparentemente ingênuas refletem estereótipos sociais que culminarão nas desigualdades e até em futuras discriminações e ou preconceitos.
Observando também como trata as instituições escolares às figuras femininas e ou masculinas no decorrer do tempo, em aulas de história e demais disciplinas contextualizando as realizações da humanidade, será que o papel da mulher é evidenciado e valorizado assim como o papel masculino? Se não por que isto acontece? São questões a refletir.
Segundo a LDB. 20/12/96 em seu Art. 2º A finalidade da Educação é assegurar o pleno desenvolvimento do educando bem como o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho, e em seu Art. 3º apresenta os Princípios para o ensino que são: o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas bem como o respeito à liberdade e apreço à tolerância, sendo assim será que de fato as instituições de educação trabalham de fato com temas como Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde, Trabalho e Consumo, Orientação Sexual, Manifestação da sexualidade, Postura dos Educadores, Relação Família-escola,Relações de Gênero, Prevenção de DSTs/AIDS, Diversidade Cultural, dentre outros temas que contribuirão para a construção do conhecimento contextualizado e significativo para  a formação plena humana?
Vimos então neste encontro e com estes estudos que há muitos campos em que poderemos aprimorar tanto em nossa prática profissional quanto individual em nossa própria família, necessitando de estudos aprofundados e com base epistemológica mais sólida.
Parabéns aos profissionais das escolas e do Cefapro que estiveram reunidos com esta finalidade neste esclarecedor encontro.

Sara Cristina – Cefapro Sinop- MT. 09/12/2010.

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