sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Texto Apresentado no SEMIEDU - 2010-Professora Sara Cristina

PROJETOS DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA: CAMINHOS METODOLÓGICOS PERMEADOS PELAS NOVAS TECNOLOGIAS.[1]

PEREIRA, Sara Cristina Gomes[2]
COSTA, Reginaldo Vieira da[3]
ZANIN, Jeferson Lucas[4]

Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica CEFAPRO/Sinop

Resumo

Com este texto os autores objetivam socializar os resultados preliminares do Projeto Interinstitucional Formação Docente em Contexto Interativo: Processos Cooperativos de Aprendizagem Potenciados pelas Tecnologias Digitais e Telemáticas, desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT e do Centro de Formação e Atualização dos Profissionais em Educação Básica CEFAPRO de Sinop-MT, com o auxílio financeiro da Fundação de Amparo a Pesquisa em Mato Grosso – FAPEMAT. Os estudos acontecem em dois momentos, o momento presencial in loco oportunizado pelo Projeto Sala de Professor instituído pela Secretaria de Estado de Educação, o outro à distância com o uso da plataforma e-Proinfo disponibilizada pelo MEC, ambos acompanhados pelos pesquisadores do projeto. Com esta finalidade alguns aspectos são destacados neste texto como, a possibilidade de pesquisa-ação viabilizada pelo Projeto Sala de Professor nas Escolas que por sua vez fortalecem a formação continuada destes profissionais em serviço, favorecendo a implementação de novas metodologias que contemplam os trabalhos por projetos oportunizando a interdisciplinaridade, bem como possibilitando aos profissionais e educandos uma interação maior com as novas tecnologias que favorecerão uma aprendizagem significativa. O texto apresenta também a possibilidade de se flexionar o currículo a favor dos trabalhos com Projetos de aprendizagem, metodologia esta com experiências de sucesso em outros estados brasileiros e que tem proporcionado aos atores da ação educativa a interação e a (re) construção de novos significados para a aprendizagem, viabilizando principalmente que os aprendizes saiam da condição apática e passiva reflexo da educação tradicional para protagonizarem os projetos de aprendizagem. Observando os resultados preliminares desta proposta em algumas escolas deste município verificamos grandes avanços tanto em quantidade quanto em qualidade nas instituições que ora participam deste projeto.

Palavras-chaves: Formação continuada, Projetos de Aprendizagem, Tecnologias,
Interdisciplinaridade.

Percebendo as inúmeras problemáticas e a complexidade em que a educação deste século apresenta, como as constantes buscas dos profissionais que atuam em educação no sentido de tornar a aprendizagem atraente, contextualizada e significativa, o presente artigo busca evidenciar possibilidades metodológicas pelo viés do trabalho com projetos nas escolas para as mais diversas especificidades curriculares como a educação do campo, educação Indígena, educação Quilombola, Educação de Jovens e Adultos bem como as educações urbanas em sua diversidade, evidenciando assim um perfil de educação de profissionais e estudantes com mais clareza sobre cada uma destas especificidades e possibilidades metodológicas.
Neste sentido e observando os inúmeros processos de desenvolvimento da educação neste País podemos verificar que a função social da escola associada à aprendizagem significativa devem ser temas relevantes na construção de um currículo significativo para cada instituição escolar. E considerando que o Estado de Mato Grosso tem pautado sua organização curricular para o ensino fundamental por Ciclos de Formação Humana, modalidade esta prevista na Lei de Diretrizes e Bases - LDB 9394/96, centrada na concepção de que o educando desenvolve-se a partir de estágios aos quais chamamos Ciclos citado por Freitas (2003) e entendendo também que a metodologia por projetos privilegia o desenvolvimento do aluno como um todo em decorrência da convivência com seus pares e num processo de interação viabilizando assim a construção de sua identidade (Mato Grosso, 2000, p.16).
E considerando também que a organização Curricular por Ciclos de Formação Humana prevê adequação as realidades dos educandos tanto em ritmos quanto em tempo de aprendizagem, neste sentido no que diz respeito à educação urbana do campo e demais especificidades flexionar-se-ão em ritmos e tempo escolar de acordo com seus respectivos contextos, para tal uma proposta diferenciada privilegiando o trabalho por projetos segundo o perfil de cada comunidade escolar bem como um currículo flexível e adaptável a realidade de cada especificidade será de grande valia, tendo em vista que embora haja bases comuns para o currículo há a possibilidade de se flexionar a parte diversificada do mesmo por meio da metodologia com projetos como estabelece o artigo 26 da vigente LDB nº 9394/96, favorecendo assim a aprendizagem significativa que segundo Ausubel (1982) “só será significativa à medida que o novo conhecimento for incorporado às estruturas de conhecimento do aluno e adquire significado a partir da relação com seu conhecimento prévio”. 
Desta forma, há de se buscar alternativas de formação profissional bem como metodologias diferenciadas da prática tradicional pelo viés dos projetos interdisciplinares, viabilizando assim a pesquisa durante todo o percurso educacional. Entendendo também que quanto mais cedo o estudante apreender e compreender o processo de pesquisa bem como a importância de ser ele o protagonista da ação educativa, mais completa e significativa será seu processo educacional.
Entendendo também que com os avanços tecnológicos e as mudanças sociais constantes bem como as especificidades de cada instituição escolar, pedem novas formas de ensinar e aprender, de forma que todos os envolvidos neste processo sejam considerados partícipes atuantes, principalmente o educando, ficam evidentes então a necessidade de se promover diferentes metodologias pelas instituições educacionais.
Neste sentido a cultura de projetos na escola viabiliza uma nova perspectiva de ensino aprendizagem, onde o aluno passa de fato a ser protagonista da ação educativa e foco central deste processo, nesta perspectiva o aluno pesquisador, tem consciência da intencionalidade implícita das atividades pedagógicas das quais ele é o promotor. Dentre as muitas facetas sobre a cultura de projetos na escola destacam-se os Projetos de Aprendizagem.
Neste contexto sugerimos a Metodologia de Projetos que segundo Hernandez (1998) “não deve ser vista como uma opção puramente metodológica, mas como uma maneira de repensar a função da escola”. Desta forma a metodologia por projetos permite a flexibilidade de estratégias tanto ao profissional, quanto maior liberdade ao educando com o fim de que sua aprendizagem de fato corresponda as suas reais expectativas.

Contextualizando a metodologia de Projetos de Aprendizagem

A metodologia por projetos tem como fundamento a compreensão da aprendizagem como ato dinâmico, compartilhado e processual rompendo com a educação centralizadora e mecanicista da educação tradicional, tal visão reflete o pensamento de Freire (2002) e Vygotsky (1989), que compreendem a aprendizagem como condição não individual, mas construída socialmente, defendendo também que a construção da aprendizagem se dá na interação entre os envolvidos neste processo.
Sendo assim o trabalho por projetos na escola, envolve a colaboração, cooperação, reciprocidade, coordenação, divisão de tarefas, solidariedade, enfim respeito às diferenças, levando o pesquisador (educando) a condição de autoria de sua aprendizagem.
Experiências de trabalho por Projetos de Aprendizagem vivenciadas nas escolas no Rio Grande do Sul, conforme os pressupostos de Fagundes, Sato e Maçada (1999), tem sido pioneiras no Brasil e que se estenderam a outros estados brasileiros com resultados satisfatórios.
Mas, o que seriam então os Projetos de Aprendizagens? Segundo Fagundes (1999) ao iniciar um projeto de aprendizagem utilizamos como estratégia elencar, preliminarmente as certezas provisórias e as dúvidas temporárias. Pesquisando, indagando, investigando, neste processo muitas dúvidas tornam-se certezas que se transformam em dúvidas, ou ainda geram outras dúvidas e certezas que por sua vez, também são temporárias e provisórias.
Desta forma contextualizaremos algumas experiências no estado de Mato Grosso, atualmente em desenvolvimento pelo grupo de pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) em parceria com o Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica (CEFAPRO), coordenado pela professora doutoranda Albina Pereira de Pinho Silva[5], financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (FAPEMAT) intitulado Formação Docente em Contexto Interativo: Processos Cooperativos de Aprendizagem Potenciados pelas Tecnologias Digitais e Telemáticas, em processo de pesquisa-ação em quatro escolas estaduais do município de Sinop- MT.
O projeto de pesquisa tem como participantes professores que atuam em anos iniciais e finais do ensino fundamental e do ensino médio, gestores, coordenadores pedagógicos, professores articuladores de ciclos, funcionários da carreira administrativa e de apoio da escola e técnicos do Laboratório de Informática das escolas. Tendo como parceiras as escolas estaduais: Rosa dos Ventos que atende o ensino Fundamental; Professora Edeli Mantovani que atende o Fundamental, Médio e Médio Integrado; Renee Menezes com o ensino Fundamental e Médio e a escola São Vicente de Paula com ensino Fundamental, Médio e Médio Integrado.
Este projeto de pesquisa interinstitucional objetiva, a compreensão e a aplicabilidade pedagógica da Metodologia de Projetos de Aprendizagem por parte dos profissionais da Educação Básica nestas unidades escolares. Tendo em vista que atualmente as instituições escolares possuem acesso às novas tecnologias que favorecem aos profissionais a atualização de suas práticas pedagógicas e considerando também que o Estado de Mato Grosso possui uma política pública de formação continuada em serviço que viabilizam as pesquisas na própria escola, permitindo a flexibilidade metodológica harmonizar-se com cada realidade escolar segundo suas especificidades, desta forma, este projeto interinstitucional ocorre paralelo ao projeto Sala de Professor, instituído pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (SEDUC).
Para que essas ações alcancem os objetivos propostos há a necessidade de que aos profissionais da educação seja garantida formação continuada em serviço, buscando a promoção tanto no ambiente presencial quanto virtual de aprendizagem e-Proinfo, possibilidades de criação e proposições críticas no uso das tecnologias digitais e telemáticas como dinamizadores no desenvolvimento dos Projetos de Aprendizagem, buscando assim a implementação de práticas educativas que privilegiam a criatividade, curiosidade e, sobretudo, o protagonismo, a autonomia, a aprendizagem cooperativa tanto dos educadores quanto dos educandos em seus processos formativos, configurando, assim, um novo modelo de educação.
Para Moraes (1997, p.18), um novo modelo de educação é aquele

[...] capaz de gerar novos ambientes de aprendizagem que deixasse de ver o conhecimento de uma perspectiva fragmentada, estática, e o reconhecesse como um processo de construção a ser desenvolvido num contexto dinâmico do vir-a-ser. Ambientes capazes não apenas de acompanhar e incorporar a evolução que ocorre no mundo da ciência, da Técnica e da Tecnologia, mas também de colaborar para estabelecer o equilíbrio necessário entre a formação tecnológica do indivíduo para que ele possa sobreviver no mundo cada vez mais tecnológico e digital, a sua formação humana e a sua dimensão espiritual.


Desta forma as atividades presenciais e a distância dos Projetos de Aprendizagem, utilizam-se da Plataforma e-Proinfo, ambiente colaborativo de aprendizagem, disponibilizado pelo MEC aos CEFAPROs para desenvolvimento de formação de professores na modalidade à distância. Nas escolas acima citadas o projeto teve início em 2009 e ainda em desenvolvimento, tais encontros virtuais interativos acontecem com este suporte possibilitando exatamente o desenvolvimento das capacidades citadas pelo autor acima. Já nos encontros presenciais, as ações se desenvolvem através de um encontro presencial ao mês no contexto do “Projeto Sala de Professor”, com o uso do Laboratório de Informática (LI) das escolas.

O currículo na perspectiva dos Projetos de Aprendizagem.

Um currículo escolar que privilegia a pesquisa contínua por parte dos envolvidos neste processo lança luz às novas perspectivas para a educação, propiciando cooperação e inteiração entre alunos/alunos e alunos/professores e demais envolvidos da comunidade escolar. Assim a aprendizagem passa a ter real significado para o educando tendo em vista que as pesquisas desenvolvidas são assuntos pertinentes a cada comunidade escolar, ou seja, são os alunos que definirão junto aos professores quais são os temas de maior relevância para pesquisar e que favorecerão esta comunidade.
Segundo Fagundes (1999, p.16):

Quando o aprendiz é desafiado a questionar, quando ele se perturba e necessita pensar para expressar suas dúvidas, quando lhe é permitido formular questões que tenham significação para ele, emergindo de sua história de vida, de seus interesses, seus valores e condições pessoais, passa a desenvolver a competência para formular e equacionar problemas. Quem consegue formular com clareza um problema, a ser resolvido, começa a aprender a definir as direções de sua atividade”.

Dessa forma surge a seguinte questão, quantos desafios há em cada instituição escolar? Permitir que os aprendizes levantassem estas dúvidas correlacionem as mesmas a sua história de vida e a sua realidade, evidencie os seus valores demonstra ser o caminho para que a aprendizagem de fato seja significativa.
Outro fator importante a considerar é que nesta metodologia há uma demanda sobre a interdisciplinaridade e um planejamento cooperativo tendo em vista que se rompe com os conteúdos fragmentados e busca-se ações interdisciplinares, pois como nos lembra Fazenda (1996) “perceber-se interdisciplinar é o primeiro movimento em direção a um fazer interdisciplinar [...].”
Aqui cabe uma reflexão sobre como alcançar a interdisciplinaridade, pensamos que o primeiro, passa necessariamente pela formação de professores, seja a inicial ou  continuada, sem isso, o movimento para sua implantação não se consolidará, sendo assim nos cabe enunciar de qual interdisciplinaridade falamos: daquela que nos propicie construir o conhecimento junto com o educando, pois segundo Fazenda (1996) “num projeto interdisciplinar não se ensina nem se aprende, vive-se, exerce-se”, desta forma leva-se em consideração as concepções prévias dos estudantes, para tal é necessário diagnóstico destas concepções com a finalidade de propiciar a construção de significados para os novos conhecimentos.  Sendo assim o conhecimento passa a ser admitido como uma construção sócio-histórica e, portanto, não ocorre independentemente do indivíduo que o adquire.
Neste sentido Fazenda (1996) diz:

“a interdisciplinaridade pauta-se numa ação em movimento, uma prática que exige humildade, coerência, respeito e desapego, nos remetendo a noção da práxis e também ao trabalho coletivo, ou seja, não existe pratica interdisciplinar isolada”.

Evidenciando assim que tais mudanças envolvem a constituição do aluno pesquisador bem como do profissional pesquisador em sua totalidade não apenas em ações relacionadas ao ensino e a aprendizagem sistematizada de conteúdos científicos, mas também a assuntos do seu dia a dia enriquecendo sua vida como um todo proporcionando ao profissional a oportunidade de encontrar mecanismos de aprimoramento em sua pratica pedagógica.
Ainda segundo Fazenda (1996), reforça a necessidade de que a prática pedagógica seja interdisciplinar para que de fato haja integração entre o objeto a ser pesquisado e seu significado para a vida do pesquisador, segundo a autora “Perceber-se interdisciplinar é o primeiro movimento em direção a um fazer interdisciplinar e a um pensar interdisciplinar”
Esta visão sobre interdisciplinaridade aponta para a importância do trabalho cooperativo, bem como identifica a aprendizagem não como algo descontextualizado ou isolado. Neste sentido surgem as seguintes questões: Como efetivar o processo de engajamento do educador num trabalho cooperativo e interdisciplinar, quando sua formação se deu de forma fragmentada e disciplinar? Como criar condições para que o educador compreenda como ocorre a aprendizagem do educando, mesmo que ele ainda não tenha completa clareza de como ocorre sua própria aprendizagem? Como viabilizar a inter-relação entre as disciplinas? Vemos então que as respostas a estas perguntas indicam que além da construção do conhecimento pelos aprendizes paralelamente deverá acontecer o processo de (re) construção do conhecimento pelo profissional que media esse processo.
Assim evidencia-se a importância da formação continuada tendo em vista que a mesma viabilizará a inteiração entre teoria e prática. Entendendo que o tempo de aprimoramento da prática no âmbito educacional revelará a peculiaridades de cada instituição, contribuindo significativamente para a identidade da mesma. Desta maneira a formação terá como base uma reflexão dos sujeitos sobre sua prática docente, de modo a permitir que examinem suas teorias implícitas, seus esquemas de funcionamento e suas atitudes, realizando um processo constante de avaliação e auto-avaliação que oriente seu trabalho. Esta orientação exige uma proposta crítica de intervenção educativa uma análise da prática do ponto de vista segundo os pressupostos ideológicos e comportamentais subjacentes (FAZENDA, 1996).
Sendo assim e com a finalidade de implementação do trabalho com Projetos de Aprendizagem nas escolas, o projeto “Formação Continuada em Contexto Interativo” prevê formação contínua tanto para os pesquisadores do CEFAPRO/UNEMAT, que por sua vez trabalham com as escolas, quanto à formação dos profissionais das escolas envolvidas neste processo, culminando então na orientação das pesquisas com os alunos em sala de aula, vemos então que por meio desta sistemática cria-se uma teia envolvendo participantes e co-participantes nas várias esferas do processo de ensino aprendizagem.
Nesta metodologia é importante ressaltar que o principal objetivo será o de permitir que os estudantes desde a mais tenra idade seja um pesquisador, criando assim neles o interesse pela aprendizagem e tornando a mesma atraente e significativa para sua vida. Aos profissionais da educação neste processo caberá promover a liberdade de expressão, aliar conhecimento empírico a conhecimento científico, valorizar o estudante em sua plenitude como pessoa e como pesquisador. Tais ações favorecerão a autonomia bem como fortalecerão o papel da educação como um dos pilares para o desenvolvimento humano.
Quanto à viabilidade da interdisciplinaridade nos projetos se dará também com os estudos contínuos dos envolvidos, visto que resignificar a prática fragmentada a favor da pratica interdisciplinar demanda estudos contínuos destes profissionais, entender quais são as capacidades previstas para cada ano escolar e contemplá-las durante o desenvolvimento dos projetos de aprendizagem dos estudantes também constitui um grande desafio.
Neste sentido entendendo que como estabelece o artigo 26 da LDB nº 9394/96
“Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, bem como uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela”.

Considerando o acima citado em nenhum momento os Projetos de Aprendizagem pretendem ignorar o currículo oficial em sua base comum, porém no que diz respeito à parte diversificada estará a serviço do desenvolvimento dos temas importantes para cada instituição, e neste sentido os valores sociais e culturais de cada comunidade escolar estarão presentes no desenvolvimento das pesquisas, ou seja, dos Projetos de Aprendizagem. Neste sentido cabe ressaltar que as mudanças metodológicas aqui apresentadas deverão estar articuladas com o Projeto Político Pedagógico de cada instituição, com fins de legitimar tal metodologia.
Vemos então nesta proposta que a escola, não se limita a ser mera reprodutora ou transmissora de conhecimento, mas passa a ter outro papel, o de valorizar o contexto sociocultural possibilitando a construção do conhecimento, proporcionando que a aprendizagem na escola seja de fato contextualizada e significativa para todos os envolvidos no processo, principalmente os estudantes.
Vimos então no desenrolar do texto que há outras possibilidades de trabalho pedagógico, como o trabalho com os Projetos de Aprendizagem, que considera o contexto social múltiplo e diversificado de cada instituição com suas peculiaridades, mudanças curriculares e mudanças metodológicas são ações importantíssimas para (re) significar o papel dos profissionais da educação. Isto nos remete a repensar a formação profissional, assumir o direito de atualização em serviço a fim de garantir não só o sucesso de nossas ações, bem como a aprendizagem contextualizada, significativa e prazerosa objetivada pela maioria das instituições educacionais deste País.


Referências bibliográficas

AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa. São Paulo. Ed. Moraes, 1982.

FAGUNDES, Léa da Cruz; SATO, Luciane Sayuri; MAÇADA, Débora Laurino (Co-Autoras). Aprendizes do futuro: as inovações começaram! (Coleção Informática para Mudança na Educação), 1999. Disponível em: < http://www.proinfo.mec.gov.br >. Acesso em: 20 jul. 2002.

FAZENDA, Ivani. Práticas interdisciplinares na Escola. 3ª Ed. São Paulo. Ed. Cortez, 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Rio de janeiro: Ed. Paz e Terra, 2002.

HERNANDEZ, Fernando. A Organização do Currículo por Projetos de Trabalho. Trad. Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 1998.

MATO GROSSO. Escola Ciclada de Mato Grosso – Novos Tempos e Espaços para ensinar – Aprender a Sentir Ser e Fazer. Cuiabá. Secretaria de Estado de Educação, 2000.

MORAES, Maria Candida. O paradigma educacional emergente. Campinas, SP: ed.  Papirus,1997. (Coleção Práxis)

VYGOTSKY, Lev. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1989.


[1] Resultados preliminares do projeto interinstitucional Formação Docente em Contexto Interativo: Processos Cooperativos de Aprendizagem Potenciados pelas Tecnologias Digitais e Telemáticas desenvolvido pela Universidade do Estado de Mato Grosso em parceria com o Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica – CEFAPRO do polo de Sinop, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso – FAPEMAT.
[2] Professora Especialista em Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa como Língua Materna, graduada em Letras Licenciatura Plena, lotada no Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica no município de Sinop no Estado de Mato Grosso – email: cristina.sara.27@hotmail.com.
[3] Professor graduado em Ciências Biológicas, lotado no Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica no município de Sinop no Estado de Mato Grosso – email: regi.biologia@gmail.com.
[4] Professor Graduado em Licenciatura Plena em Química, lotado no Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica no município de Sinop no Estado de Mato Grosso – email: jefersonlucas@gmail.com.
[5] Pedagoga. Professora da disciplina Didática no Ensino Superior. Lotada no Departamento de Pedagogia da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, campus de Sinop

Um comentário:

Unknown disse...

Bejim, bejim amor, t amo!!!