terça-feira, 6 de setembro de 2011

Relato 1 Semestre - Escola Ceconello.


GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
ESCOLA ESTADUAL LUIZ CARLOS CECONELLO.


RELATÓRIO DO PROJETO SALA DO

EDUCADOR - 2011


1º SEMESTRE

Lucas do Rio Verde - MT

A Formação Continuada é de extrema importância para o crescimento profissional do educador e contribui grandemente para a sua prática pedagógica de acordo com as políticas educacionais estadual e nacional. O ensino atual requer uma prática que venha de encontro com a realidade de cada escola, de acordo com a comunidade na qual ela está inserida e de acordo com os avanços tecnológicos e científicos da atualidade. Fizemos a escolha de temas para o projeto de acordo com as mudanças educacionais e a necessidade de conhecimento do educador para a sua prática pedagógica.
Neste ano de 2011 o Projeto de Formação Continuada passou a ter a participação dos técnicos de apoio, o que não tinha acontecido nos anos anteriores. A participação dos técnicos de apoio serviu para unir mais a escola e para que os professores percebam que todos são educadores dentro de um ambiente escolar, porém, os assuntos desenvolvidos no projeto não foram assuntos muito atrativos para o grupo dos técnicos, segundo relatório feito por eles mesmos. Há momentos em que eles sentem-se perdidos e vimos que há a necessidade de formar na Sala do Educador um grupo que busque trabalhar com assuntos que condizem com a realidade deles e aí enfrentamos o problema de recursos humanos, pois, se houvesse a participação ativa da direção e técnicos administrativos, poderíamos formar um grupo que se dedicasse mais a pesquisa de assuntos atrativos para este grupo.
Mas, apesar desses problemas, a participação dos técnicos de apoio fez com que ocorresse uma maior aproximação entre professor-técnico de apoio-aluno. Hoje, eles já se percebem como educadores e nos auxiliam bem mais na organização da escola, além de sentirem-se mais valorizados enquanto profissionais e seres humanos.
Em relação aos professores, no começo deste ano havia uma grande resistência a escola organizada por ciclos de formação humana, porque a maioria não conhecia como a mesma funcionava e nem a forma de trabalhar usando as concepções desse tipo de escola.
Iniciamos a Sala do Educador apresentando o regimento e fazendo as modificações necessárias na parte dos professores, diretor, técnicos de apoio, sempre no coletivo. Algumas modificações feitas, no coletivo, dizem respeito as funções específicas de cada um dentro da unidade escolar e levamos a reflexão de que se cada um cumprir com a sua função, tudo funciona de uma forma harmônica e não sobrecarrega ninguém. Fazendo a reflexão no término do semestre, podemos perceber que há profissionais que ainda não cumprem totalmente com a sua função, sobrecarregando, principalmente, o coordenador pedagógico. Os maiores problemas são na gestão de conflitos entre professor-aluno ou aluno-professor-aluno. Há também a falta de recurso humano no atendimento do portão que atualmente também tem que ser feito pelo coordenador pedagógico ou o pessoal do apoio. Já tínhamos conversado sobre a necessidade de se fazer um cronograma semanal do coordenador pedagógico incluindo o atendimento pedagógico em sala e um tempo maior para a preparação do material da Sala do Educador.
Enquanto coordenadora pedagógica, o curso de especialização para coordenadores pedagógicos oferecido pela UFMT, tem me subsidiado com materiais que foram utilizados na Sala do Educador, porém o tempo na escola é pequeno para pesquisa e organização do material para a Formação Continuada dos profissionais da educação.
Depois de reorganizarmos o Regimento Escolar nas partes que nos eram cabíveis, iniciamos o trabalho com as concepções pedagógicas da escola organizada por ciclos de formação humana, analisando o currículo, organização da escola e planejamento. Os temas abordados foram direcionados pela professora do Cefapro Sara Cristina e são os seguintes:
1 - Ensino de 09 anos e Escola organizada por Ciclos de Formação Humana.
    1. Progressão e reclassificação;
    2. Planejamento coletivo. Como?
    3. De onde veio a concepção curricular da Escola organizada por Ciclos de Formação Humana. Pensadores: Lev Seminovich Vygotsky, Wallon e Jean Piaget.
Após este momento com a orientadora do Cefapro começou a clarear sobre o funcionamento da Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana, porém, percebemos que os debates continuavam acalorados em relação a progressão continuada, pois grande parte dos professores, ainda com a escola tradicional arraigada, não conseguem aceitar de que não possa fazer a retenção do aluno todos os anos e sim somente no término dos ciclos, fazendo de tudo para que esta retenção seja zerada, ou seja, que a escola trabalhe com 100% de aprovação. Percebendo este momento de debate e transição ao qual estávamos passando, trouxemos para a próxima sala do educador o texto: O que é progressão continuada na escola organizada por ciclos de formação humana, textos estes das professoras Sara Cristina Gomes Pereira e Sueleide Alves da Silva Pereira. Foi feito a leitura e depois o debate sobre o texto e vimos que, apesar de ainda existir uma certa resistência, os professores começaram a entender um pouco mais o assunto. Nesta sala do professor foi também esclarecido sobre os tipos de projetos, trazendo esclarecimentos sobre o que é um projeto de intervenção, de pesquisa, de desenvolvimento (ou de produto), de ensino e de trabalho e de aprendizagem. Foi utilizada uma apostila de Planejamento e Gestão de Projetos Educacionais de Dácio G. Moura e Eduardo F. Barbosa – Belo Horizonte, outubro de 2007 – WWW.tecnologiadeprojetos.com.br
Depois de ocorrer o entendimento sobre a organização da escola organizada por ciclos de formação humana, começou então um trabalho sobre as Orientações Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso que também foi orientado pela professora Sara Cristina, demonstrando que o planejamento deve ser feito por área de conhecimento e no coletivo, conhecendo a matriz de capacidades para cada fase/ciclo. Apesar de ser bem trabalhado pelos orientadores do Cefapro, num curso que foi feito na própria escola, o tempo foi pequeno e o planejamento e os relatórios descritivos que devem ser feitos de acordo com o quadro de capacidades de cada ciclo ainda não foram bem esclarecidos. Estamos tentando esclarecer as dúvidas no dia-a-dia e na Sala do Educador, de acordo com as orientações que nos são repassadas.
Também foi levado para a Sala do Educador um texto sobre as Possibilidades Metodológicas para o trabalho docente nas Instituições Escolares. Texto esse lido e debatido para que se defina a metodologia que a escola irá adotar. Após conhecimento, leitura e debate ficou decidido pelos profissionais da educação presentes na Sala do Educador que a metodologia adotada para o próximo ano (2012) será de projetos de aprendizagem, sendo os temas escolhidos pelas turmas, com a mediação do professor regente e serão apresentados os resultados dos projetos bimestralmente para toda a comunidade escolar.
Ao discutirmos a metodologia que deve ser adotada, surgiu uma fala constante por todos os professores: a indisciplina e como trabalhar com ela.
A escolha da metodologia em que os alunos são os pesquisadores ativos e os professores mediadores nesse processo pode ser um dos caminhos para mudanças em sala. É necessário que o professor entenda que ele é o gestor da sua sala e cabe a ele encontrar meios de direcionar atividades diferenciadas, mudar a sua prática pedagógica para atender as necessidades reais do aluno, tanto de aprendizagem quanto em desenvolvimento humano. Muitos profissionais estão perdendo a autonomia enquanto educadores e jogando essa responsabilidade para a equipe diretiva da escola, o que não pode ser aceito.
A coordenadora do projeto trouxe então para a Sala do Educador o texto: Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola, de Celso dos S. Vasconcellos, o que demonstra que as nossas crianças são vítimas de todo processo social que vem ocorrendo ao longo dos anos e que é impossível desligar a aprendizagem do lado humano do aluno. Este texto serviu para uma reflexão profunda sobre como está sendo a minha prática pedagógica e levou os professores a um debate reflexivo sobre respeito ao ser humano.
A Sala do educador foi mudada das terças-feiras para as segundas-feiras, devido ao trabalho do colaborador Fernando Pael, com ginástica e dança rítmica, que além da maioria dos professores(as) quererem participar, ainda existia a questão do barulho que atrapalhava o desenvolvimento da Sala do Educador (Formação Continuada). Passamos então, a desenvolver a Sala do Educador nas terças-feiras somente quando a orientadora do Cefapro vem para nos auxiliar na Formação Continuada dos profissionais.
Ficou decidido, também, no coletivo, que cada dia do encontro de Formação Continuada, haverá um grupo responsável pela organização da sala e para apresentação de uma dinâmica.
A Sala do Educador foi utilizada também para respondermos os questionários para a construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) nos segmentos professores e funcionários e encontrarmos alternativas para atingirmos os segmentos alunos e pais. Ficou decidido que é para os alunos responderem durante o período letivo e para os pais serão encaminhados os questionários para casa e também nas reuniões pedagógicas com os mesmos.
No final de maio a professora Sara Cristina veio para auxiliar no projeto Sala do educador – Formação Continuada, trazendo o tema: O papel do registro na formação do educador e a importância dos registros e da reflexão sobre os mesmos. Percebemos então que muita coisa que fazemos não está sendo registradas, que o registro da Sala do Educador também não estava sendo feito corretamente no livro de registros, pois só colocávamos o tema abordado mas, nada sobre as reflexões feitas e nem sobre as decisões tomadas após leitura e discussão. O objetivo deste tema era diagnosticar as atuais formas de registro e estudos sobre a adequação das mesmas de acordo com as Orientações Curriculares (OCs).
Tivemos também uma Sala do Educador, no final de maio, de Primeiros Socorros com o professor Celso (membro do Corpo de Bombeiros de Lucas de Rio Verde e Professor de Educação Física desta escola), que trabalhou com aulas expositivas e práticas sobre o assunto e teve a participação de todos da sala. O que nos levou a desenvolver este assunto na Sala do educador foi os problemas que estávamos enfrentando com desmaios e atendimento de primeiros socorros aos alunos desta escola sem nenhuma preparação por parte dos profissionais.
Logo depois os professores entraram em greve, mas o Projeto de Formação Continuada não foi prejudicado porque tínhamos três encontros a mais, já que começamos no dia 01/03 quando éramos pra começar somente após o dia 28/03. Voltamos em julho e continuamos trabalhando com as Orientações Curriculares, pois, grande parte dos professores ainda não haviam entendido como desenvolver um relatório descritivo-reflexivo de acordo com as OCs.
Trabalhamos também com o desenvolvimento dos projetos que foram contemplados pela Seduc. Neste momento percebemos que, ainda há uma forma errônea de se pensar em projetos. Para a maioria dos professores é mais um trabalho para sobrecarregar o que já desenvolvem, não conseguem ver projetos como parte da sua prática pedagógica e como uma ferramenta para suas aulas tornarem-se mais atrativas. Por isso, trabalhamos com 04 vídeos que foram trazidos do Curso de Especialização para Coordenadores Pedagógicos-UFMT e que falam de avaliação de acordo com a escola organizada por ciclos de formação humana e do desenvolvimento de projetos com escolha de temas junto com a comunidade escolar, desenvolvendo nela uma cultura avaliativa. Vimos também, escolas que adotaram as salas ambiente, onde as turmas é que trocam de sala, enquanto o professor permanece em sala que são todas equipadas com materiais diversos de acordo com cada disciplina. Esta forma de organização das salas chamou muito a atenção dos professores, principalmente do 3º Ciclo, que vivem para cima e para baixo com mapas, globos, etc. Estamos em análise para vermos a possibilidade de desenvolvermos essa forma de organização das salas em 2012.
A sala do educador também foi utilizada para planejamento de área, já que é o único momento que encontram-se interinos e efetivos para a preparação de suas aulas, discussões e trocas de experiência.
Até a última sala do educador do 1º Semestre, totalizamos 51 horas de formação continuada, pois foram 17 encontros de 03 horas cada um.
E queremos neste 2º semestre, continuarmos com o trabalho de conhecimento das OCs e com o planejamento de área.
Um grande avanço ocorreu, apesar de algumas resistências que teimam em achar que o tradicionalismo, a reprovação é que vai fazer com que o aluno adquira responsabilidade e queira aprender. Mas o que não podemos é desistir, jamais, e continuaremos lutando para que os profissionais da educação tenham uma formação continuada de qualidade (apesar da correria que atrapalha a organização de materiais e estudo dos mesmos) e quebrem a resistência a formação humana, valorizando mais o ser humano como um todo.
Relato Sala do Educador 1 semestre de 2011- Lucas do Rio Verde MT.
Coordenadora : E.E.Luiz Carlos Ceconello.






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