segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Formação Continuada - Relato de Experiência para o Instituto Superior de Educação e Teologia.


Relato de Experiência – Professora Formadora Sara Cristina Gomes Pereira- CEFAPRO – Sinop-MT.

Formação Continuada e a Re-significação das Práticas Pedagógicas Possibilitadas pelo Modelo Construtivista ou Interativo Reflexivo.

PEREIRA,Sara Cristina Gomes

Resumo
Este texto apresenta alguns apontamentos sobre o desenvolvimento e a implementação das ações de Formação Continuada envolvendo os profissionais do CEFAPRO no Estado de Mato Grosso e no Polo de Sinop. Relata também as atividades desenvolvidas neste Centro pelos professores formadores junto as escolas da rede pública do Estado. Apontando também o modelo de Formação Continuada atualmente desenvolvido pelos Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação do Estado junto as instituições de Educação Básica.


Ao Observarmos os movimentos relativos a Formação Continuada nas décadas de 80, 90 e na atualidade e percebendo que os diversos segmentos da sociedade manifestam insatisfação e preocupação com a qualidade da educação uma vez que a educação sofre reflexos da sociedade globalizada. Em meio a todas estas transformações e com fins de universalizar o acesso à Educação e satisfazer as necessidades de aprendizagem de todos, muitos estudos e reflexões tem sido feitos no país e em Mato Grosso. 
Os CEFAPROS ( Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação do Estado de Mato Grosso), vinculado a Superintendência de Formação – SEDUC/MT,trabalham com o objetivo de propiciar a Formação Continuada para os profissionais da Educação na própria escola, por entender que a Formação Continuada gestada e gerida pelos próprios profissionais da educação terão mais êxito e gerarão maior participação e desejo de transformação quando o professor/educador for de fato protagonista do seu desenvolvimento profissional, tendo a possibilidade de em tempo real aliar teoria/prática, desde que lhe sejam garantidas condições de formação, atuação e reflexão, respeito o tempo e ritmo para aprofundamento teórico e metodológico. Na medida em que estuda-se esta forma de trabalho nas escolas busca-se re-significar toda a prática pedagógica. Imbernón (2006), sugere a formação permanente ou continuada como instrumento capaz de compreender, perceber e valorizar a formação como possibilidade de aliar teoria e prática, compreende também a importância da construção coletiva neste processo e aponta para o modelo “indagativo de pesquisa” com fins de viabilizar esta formação.
Além das formações propostas pelas esferas Federal ( MEC) e Estadual (SEDUC) o foco principal das ações do CEFAPRO tem sido o fortalecimento e o desenvolvimento do Projeto “Sala do Educador” cujo principal objetivo é fortalecer a Escola como espaço formativo, objetivando o comprometimento coletivo e a construção da aprendizagem. Neste sentido, várias ações são desenvolvidas nestes Centros como: orientação, elaboração, acompanhamento e avaliação dos projetos de cada unidade escolar, orientação e formação de educadores, articulação com assessorias pedagógicas e secretarias municipais que visam a efetiva implementação do Projeto Sala do Educador e demais ações formativas quer sejam da esfera municipal, estadual ou federal.
Considerando assim, que os projetos de Formação Continuada elaborados pelas instituições devem ser coerentes e integrar as necessidades de crescimento profissional, a melhoria da aprendizagem dos estudantes, tornando a escola uma comunidade essencialmente educativa para que os projetos não se confundam com respostas formais às exigências ou com planos de formação à margem das escolas, mas promova a re-estruturação das atividades educacionais, a Formação Continuada nesta perspectiva é entendida como qualificação contínua e não apenas como desenvolvimento de competências e habilidades fragmentadas, estanques, mutantes na corrida por cursos que propiciam apenas acumulação de pontos e ou certificações.
Neste sentido é relevante considerar que Nóvoa (1998) destaca, diferentes tendências, bem como diferentes modelos de Formação Continuada, como o modelo Clássico ou Estruturante proposto pelas instituições de ensino desenvolvidos pelo Ministério da Educação, Universidades, Secretarias e demais instituições de ensino e o modelo Construtivista ou Interativo/Reflexivo que acontece nas próprias escolas, este último envolvendo a formação ativa-construtivista que aponta para a formação segundo a ótica da ação-reflexão-ação possibilitada pela pesquisa-ação proposta por Thiollent (1998).
Nesta perspectiva a Formação Continuada de fato desloca-se dos espaços acadêmicos para o espaço da escola básica. Segundo Nóvoa (1998) este modelo de Formação permite a valorização do saber docente, tendo em vista que considera o contexto no qual o docente está inserido, diferenciando-se de Pacotes de Formação Padronizados. Candau (1999) corrobora com o pensamento de que a escola deve ser de fato lócus de Formação Continuada, valorização do saber docente e discente, mais que isso, argumenta que durante estes momentos de formação sejam considerados aspectos fundamentais, como os diferentes ciclos de vida profissional e ciclos de vida dos estudantes.
Tal Formação Constitui-se ainda como difusora de conhecimento em articulação com os conhecimentos presentes na rede pública sendo capaz de por meio deste conhecimento analisar os impactos das inovações introduzidas na qualidade da rede pública e em conformidade com este pensamento Mizukami (2002) diz que a Formação Continuada será mais efetiva quando os profissionais forem investigadores pesquisadores e as pautas e ou planejamentos de estudos surgirem da necessidade deles, ou seja, da realidade de cada instituição, ou ainda de cada grupo de professores/educadores seguindo uma lógica de necessidades e interesses que podem ser da coletividade ou mesmo do interesse de cada um, construindo formas de atuação e avaliação pela própria rede de ensino.
SEDUC
SUPERINTENDÊNCIA DE FORMAÇÃO



CEFAPRO
INSTITUIÇÕES DE FORMAÇÃO INICIAL
ASSESSORIAS PEDAGÓGICAS
SECRETARIAS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO




ESCOLAS












Fonte – PPDC/2011 – CEFAPRO/Sinop-MT.

Dentre outras ações os professores formadores atuam no sentido de:
a) diagnosticar, junto aos professores, as necessidades educativas, formativas e demandas da sua área de atuação;
b) planejar as ações de formação, viabilizando metodologias que atendem às necessidades formativas dos professores do polo;
c) elaborar o plano de ação por área de conhecimento;
d) desenvolver projetos de intervenção referentes às necessidades diagnosticadas em cada campo de atuação;
e) acompanhar e executar as ações formativas em consonância com o Projeto Pedagógico de Desenvolvimento do CEFAPRO;
f) promover e gerenciar a auto-formação para o bom desenvolvimento de seu trabalho, atualizando-se em relação aos conhecimentos científicos e tecnológicos;
g) avaliar juntamente com a equipe gestora o processo de formação desenvolvido pelo CEFAPRO no decorrer de cada período letivo;
h) orientar, monitorar, acompanhar e avaliar o trabalho dos técnicos dos Laboratórios de Informática das unidades escolares;fazer avaliações determinadas pela comissão permanente de avaliação. Estas ações de Formação em conformidade com os demais projetos de pesquisa elaborados pelos Centros de Formação ou em parceria com outras instituições de educação tem sido referência em Formação Continuada para outras regiões do país, objetivando consolidar a política de formação, qualificação e atualização dos Profissionais da rede pública de ensino do Estado de Mato Grosso, ampliando e criando possibilidades novas para que os educadores possam atuar de forma a aliar teoria/prática.

Referências Bibliográficas

CANDAU, Vera Maria e LELIS, Isabel Alice. A relação teoria-prática na formação do educador. In: CANDAU, Vera Maria (org.). Rumo a uma nova didática. Petrópolis, RJ: Vozes, 3ª edição, 1990, 49-63.
MIZUKAMI, M. G. N., et al. Escola e aprendizagem da docência: processos de investigação e formação. São Carlos: EdUFSCar, 2002.
NÓVOA, A. (Org.). Vidas de Professores. Porto: Porto Editora, 1992.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 4 ed. São Paulo: Cortez, 1998.

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