Orientações
Curriculares para Mato Grosso propõe articulação entre Formação
Científica, Tecnológica e Cultural.
As
novas determinações do mundo social e produtivo contempladas pela
LDB 93 94/96 apontam para duas linhas epistemológicas que orientam
a elaboração das Orientações Curriculares para a Educação
Básica no Estado de Mato Grosso a primeira anuncia
metas claras e
democráticas estabelecidas no sentido de organizar a ação política
do Estado em todas as instâncias particularmente no tocante a
investimentos e a segunda prevê uma concepção formulada de modo a
integrar todos os saberes articulando formação científica,
tecnológica e cultural com vistas a superar a ruptura
historicamente determinada entre uma escola que ensina a pensar
através do domínio teórico-metodológico do conhecimento,
socialmente produzido e acumulado e uma escola que ensine a fazer
através da memorização de procedimentos e do desenvolvimento de
habilidades psicofísicas. ( Orientações p. 15).
É
preciso reconhecer então que a escola na atualidade se constitui
como único espaço em que os filhos dos que vivem do trabalho podem
ter acesso ao conhecimento sistematizado, tal como ele foi produzido
pela humanidade ao longo dos anos, assegurar essa possibilidade
mantendo a qualidade da oferta pública da educação para a maioria
da população é crucial para que a possibilidade de transformação
social se concretize.
Neste
sentido, embora a educação de qualidade não tenha autonomia para
por si mesma mudar a sociedade é importante estratégia de
transformação uma vez que a inclusão na sociedade contemporânea
não se dá sem conhecimento. O que está em pauta então é a
recriação da escola, que embora não possa por si só
resolver as desigualdades sociais poderá ao dar acesso ao
conhecimento à cultura e ao trabalho, ampliar as condições
de inclusão social articulando assim com outras instituições as
transformações que a sociedade necessita.
A escola única nos ciclos iniciais de formação
humana não deverá ter diferentes formas de organização com
diferentes qualidades uma destinada à formação da burguesia outra
aos trabalhadores mas uma mesma concepção teórica metodológica
que oriente para o trabalho intelectual e operacional.
Desta forma toda a educação Básica incluindo o Ensino Médio
continuará mantendo a concepção de escola única uma
vez que sua ação pedagógica não estará atrelada à origem de
classe dos alunos impedindo assim que não seja ofertado apenas formação
profissional para os trabalhadores e ensino de educação geral para
os que ocuparão na sociedade as funções intelectuais. Isto possibilitará que todos os alunos independente de sua
classe social tenha a possibilidade de escolher a modalidade que
melhor atenda suas motivações e necessidades tendo em vista que esta
articulará trabalho intelectual e atividade prática.
Percebe-se
então uma nítida contraposição entre a Escola Industrial
Fordista/Taylorista denominada também por Paulo Freire como ( educação Bancária) e a Escola de Formação
Humana. Se nos remetermos a um tempo passado não muito distante perceberemos que a distribuição do trabalho se dava da seguinte maneira os artesões tinham conhecimentos e domínio da
totalidade do seu trabalho e autonomia para organizar seus tempos
bem como liberdade para comercializar seus produtos contrapondo-se a essa organização a maioria dos trabalhadores com concepção taylorista/fordista reduzia o trabalhador ao
domínio apenas de fragmentos do seu trabalho sem que o mesmo pudesse ter o
conhecimento sobre o que produzia e era comercializado pelos seus superiores, esta concepção de educação e de trabalho implicavam quase sempre
na ausência de mobilização de energias intelectuais e criativas
pois ao trabalhador cabia apenas memorizar e repetir de forma
mecânica os movimentos necessários à produção de forma fragmentada.
Percebe-se
então que o fundamento do trabalho na concepção educativa
taylorista/fordista constitui-se da fragmentação, posto que da
manufatura à fábrica moderna a divisão capitalista fará com que a
atividade intelectual e material o gozo e o trabalho, a produção e
o consumo caibam a indivíduos distintos, tanto nas relações
sociais e produtivas como na escola quando o indivíduo é educado
para esta finalidade.
Em
decorrência disso a ciência e o desenvolvimento social que ela gera
ao filiarem-se a esta concepção de capital com o objetivo de
aumentar sua força produtiva colocam-se em oposição ao trabalhado
como princípio educativo tendo em vista que o conhecimento
científico e o saber prático são distribuídos desigualmente
contribuindo ainda mais para aumentar a desigualdade entre os
trabalhadores.
A
escola neste sentido ao se constituir historicamente como uma das
formas de materialização desta divisão e como espaço por
excelência da distribuição desigual do acesso ao saber teórico
divorciado da prática e representação abstrata desenvolvida pelo
pensamento humano corresponde a uma forma peculiar de sistematização
do conhecimento elaborado a partir da cultura da classe dominante que
não por coincidência é a classe que por vezes detém o poder material e que
possui também os instrumentos materiais para a elaboração e
divulgação do conhecimento.
Cabe-nos então rever estas práticas fragmentadas revendo nossa
forma de organizar a educação pedagógica com concepções
taylorista/fordista para uma concepção com bases na e para a
Formação Humana.
Neste
sentido Gramsci propõe como categoria para a compreensão da
educação o trabalho como princípio educativo, propondo que os
projetos pedagógicos se originem das necessidades do mundo da
produção e da existência o que implicará não só no
desenvolvimento de capacidades técnicas mas principalmente de uma
concepção de mundo que aceite o trabalho como “natural” e una
capacidades intelectuais e manuais se assim forem necessário.
Sendo
assim na primeira etapa da Educação Básica a escola propiciará
o desenvolvimento das capacidades necessárias aos estudantes como
ler, escrever, calcular, situar-se histórica e geograficamente bem
como o desenvolvimento das primeiras noções de Estado e Sociedade
sob a forma de direitos e deveres com a finalidade de reelaboração
de uma nova concepção de mundo que supere as desigualdades sociais.
Temos
então na contemporaneidade duas ordens de problemas a enfrentar
na educação a primeira diz respeito a universalização da Educação
Básica e a segunda será a reformulação do Projeto Político
Pedagógico das instituições escolares. Neste sentido as
Orientações Curriculares para o Estado de Mato Grosso argumentam
que se na Escola Fordista/Taylorista bastava compreender os
movimentos necessários a cada operação memorizá-los e repeti-los
ao longo do tempo sem que houvesse o desenvolvimento de outras
capacidades
Com a
mundialização da economia e a reestruturação produtiva com
princípios organizadores de um novo padrão a partir dos anos 80
transformaram radicalmente essa situação sendo descobertos novos
materiais criando novos procedimentos e equipamentos flexionando
assim os processos de trabalho de base rígida fundamentados na
eletromecânica e adequados a situações pouco dinâmicas a outros
processos com base microeletrônica que asseguram amplo espectro de
soluções possíveis desde que haja conhecimento da ciência e da
tecnologia pelo trabalhador.
Em decorrência desta transformação a ação educativa deverá
então proporcionar ao cidadão/trabalhador conhecimentos mais
profundos e contextualizados para que o mesmo saiba comunicar-se em
diferentes situações de comunicação, trabalhar em equipe,
avaliar seu próprio trabalho adaptar-se e criar soluções
originais e finalmente ser capaz de educar-se permanentemente. Neste
sentido as (Orientações p. 18) apresentam-nos a seguinte
finalidade:
“a
finalidade da escola que unifica conhecimento, trabalho e cultura, é
a formação de homens desenvolvidos multilateralmente, que articulem
à sua capacidade produtiva às capacidades de pensar, de
relacionar-se, de desenvolver sua afetividade, de estudar, de
governar e de exercer controle sobre os governantes ou seja: trabalho
na perspectiva da práxis humana e não apenas como prática
produtiva, mas como uma das ações, materiais e espirituais, que os
seres humanos, individual e coletivamente desenvolvem para construir
suas condições de existência.
Desta
forma o trabalho como princípio educativo deriva do fato de que
todos os seres humanos são seres da natureza e portanto tem a
necessidade de alimentar-se, proteger-se das intempéries e criar
seus meios de vida. Neste contexto podemos então perceber a
relevância da ciência e da tecnologia como propulsoras na melhoria
das condições de vida na atualidade. Em conformidade com este
pensamento as Orientações Curriculares para Mato Grosso apontam
para a necessidade do desenvolvimento de um percurso educativo em que
estejam presentes e articulados as duas dimensões teórica e
prática.
Isso significa que a proposta político pedagógica da Educação
Básica terá como objetivo o desenvolvimento intelectual a partir da
cultura, contemplando o currículo de forma teórico-prática em seus
fundamentos. Essa concepção permitirá ao estudante da educação
básica compreender os processos de trabalho em suas dimensões
científica, tecnológica, cultural e social, como parte das relações
sociais
Sendo assim caberá a Educação Básica desenvolvimentos
científicos que possibilitarão ao estudante o conhecimento das
múltiplas tecnologias e a suas formas de linguagem bem como a
compreensão histórico crítica da sociedade e das formas de atuação
do homem como cidadão e trabalhador sujeito e objeto da história
tendo a rigidez educativa substituída pela maleabilidade e o
intensivo trabalho coletivo voltado para a Formação Humana na
perspectiva da inclusão social.
Há
que se construir na contemporaneidade um processo educativo que
leve o estudante a dominar as diferentes linguagens
desenvolver o raciocínio lógico e a capacidade de usar
conhecimentos científicos, tecnológicos, sócio históricos e
culturais para que o mesmo possa compreender e intervir na vida
social e produtiva de forma crítica e criativa construindo
identidades autônomas intelectuais e eticamente capazes de
continuar aprendendo ao longo de suas vidas revendo assim a relação
que o estudante estabelecerá com o conhecimento tanto em situações
propostas pelo professor como em situações informais.
Desse
movimento decorre uma concepção metodológica que pode ser
sistematizada da seguinte forma: o ponto de partida é sincrético e
nebuloso, pouco elaborado senso comum e o ponto de chegada é uma
totalidade onde o pensamento recapta e compreende o conhecimento
ponto de partida para outros conhecimentos onde os significados vão
sendo construídos através do deslocamento incessante do pensamento
das primeiras e precárias abstrações que constituem o senso comum
para o conhecimento elaborado através da práxis que resulta não só
da articulação entre teoria e prática, entre sujeito e objeto, mas
também entre o indivíduo e a sociedade em um dado momento
histórico.
Lembrando
que o ponto de partida para a produção do conhecimento nesta
concepção observará os homens em sua atividade prática aqui
compreendida como trabalho em todas as formas da atividade humana
por meio das quais o homem apreende, compreende e transforma as
circunstâncias ao mesmo tempo em que é transformado por elas.
Em
síntese o trabalho compreendido como práxis humana portanto o eixo
sobre o qual será construída a proposta político pedagógica das
instituições escolares integrarão trabalho, ciência e cultura
através de criteriosa seleção de capacidades a serem desenvolvidas
e de um tratamento metodológico diferenciado. Desta concepção
originam-se por vezes críticas feitas à escola sobre sua
dificuldade de ensinar os alunos a relacionarem as disciplinas com as
relações sociais e produtivas que constituem a existência
individual e coletiva.
Em
conformidade com isto o trabalho pedagógico com princípios
interdisciplinares e Transdisciplinares substituirão o enfoque
disciplinar e responderá a diferentes lógicas de aprendizagem.
Isso significará que o currículo agora contextualizado com a o seu
entorno contemplará uma organização vertical e horizontal composta
por disciplinas unidas por um eixo transversal de natureza
transdisciplinar que tomará questões que mobilizem o interesse dos
alunos.
Importa-nos
então evidenciar que a práxis educativa será vista como processo
resultante do contínuo movimento entre teoria e prática, entre
pensamento e ação, entre velho e novo, entre sujeito e objeto,
entre razão e emoção, entre homem e humanidade, produzindo
conhecimento e por essa razão transformará o que está posto na
sociedade transformando a realidade as (Ocs p.34) argumentam:
“esse
tratamento metodológico que responde aos princípios expostos tem
seu fundamento na concepção da práxis, que se constitui no
movimento através do qual o homem e todos os homens, no trabalho,
ao articular reflexão e ação, teoria e prática, transitam do
senso comum ao conhecimento científico e assim transformam a
realidade, produzem sua consciência e fazem a história”.
Com
base em Gramsci a escola unitária ou de formação humanista ou de
cultura geral deverá propor-se à tarefa de propiciar a inserção
dos jovens na atividade social na criação intelectual e prática e
no desenvolvimento de uma certa autonomia de orientação e
iniciativa paralelamente às suas conquistas de desenvolvimento
propiciando um certo grau de maturidade e capacidade ao estudante (
Ocs p.21).
Neste
contexto é importante percebermos os diferentes humanismos
retratados pela história:
Humanismo
Clássico: período renascentista – séculos XIV e XV... o
humano era ressaltado em oposição ao Divino .
Em
contraposição a este o atual humanismo da qual falamos: utiliza-se nas Orientações Curriculares de Mato Grosso
o termo “Escola de Formação Humana” para diferenciá-la da
escola tecnicista – que é a escola industrial –
Taylorista/Fordista. Para um professor que tenha se constituído como
educador, significa mergulhar no mundo dos educandos, perceber que
cada um deles é um universo de criatividade, de sensibilidade, de
potencialidade, de afetividade e que cada um deles tem uma história,
uma identidade e, portanto, um jeito singular de relacionar-se com o
mundo, com o novo, com o conhecimento, o que lhe confere necessidades
e capacidades cognitivas específicas, às quais o educador buscará
responder”.
Muitos
não são atingidos na sua formação como seres humanos, como seres
históricos, embora possam ser instrumentalizados por determinados
conteúdos e até mesmo chegar a uma determinada profissão,
enquanto, os que não se enquadram no modelo homogeneizador são
jogados na vala da exclusão” ( Ocs p.45).
Formação
Humana portanto é a antítese da repetição. A prática educacional
coerente com essas fontes recoloca mais uma vez a questão da
democracia. A democracia como método como caminho de acesso para
beber nas fontes do currículo para estruturá-lo e organizar o
ensino. Tal concepção introduz os processos participativos e a
práxis concreta do trabalho coletivo de organização do ensino e da
construção do conhecimento como atividade essencial da escola ( Ocs
p.54 ).
Nessa
compreensão Ciclos de Formação Humana não prescindem do trabalho
coletivo e da democracia como método. E democratizar a escola não é
apenas democratizar a gestão elegendo os diretores e os conselhos,
embora isto seja muito importante. (Azevedo, 2005). A democratização
da escola não se realiza sem a democratização do acesso ao
conhecimento e sem a realização da aprendizagem de todos os
sujeitos aprendizes a escola para adolescentes e jovens não é
antidemocrática pelo conteúdo que oferece, mas por oferecer
diferentes propostas com diferentes qualidades, conforme se destinem
aos trabalhadores intelectuais ou operacionais.
Segundo
Gramsci (1978) a democracia na escola tem um caráter pedagógico
não só por tratar-se de mecanismos de viabilização do acesso ao
conhecimento mas principalmente por ser em si mesma aprendizado de
cidadania da própria prática democrática da convivência social e
coletiva, tendo como fim último garantir a aprendizagem para todos”
( Ocs p. 52).
Assim
compreendida a Educação Básica a sua concretização implicará em
intensivo trabalho coletivo dos profissionais da educação que atuam
em todos as suas etapas especificidades e modalidades e na
implementação de políticas públicas que objetivem a formação
humana, na perspectiva da inclusão social( Ocs p. 28).
Oportunizar
este movimento será o resgate dos princípios humanistas em face do
contexto da mundialização na contemporaneidade construindo através
da educação um núcleo formado por conceitos e valores
identificados com a humanização do ser humano com uma ordem moral,
ética e política, democrática e inclusiva, comprometida com os
ideais emancipatórios e com a formação humana.( Ocs, p. 43).
Principais
autores que fundamentam as Orientações Curriculares para Mato
Grosso.
O
Cientista político: Antônio Gramsci, o Educador e filósofo: Paulo
Freire, o Psicólogo: Lev Vygotsky, o Filósofo, médico, político e
psicólogo: Henri Wallon, o Filósofo epistemólogo: Jean Piaget, o
Educador: Moisey Pistrak e o Filósofo e pedagogo: John Dewey dentre
outros.
O
pensamento de Gramsci nas Ocs contribuem no sentido de demonstrar as
múltiplas
formas e possibilidades de organização na educação para
adolescentes e jovens pois Gramsci,
fora um dos intelectuais em que se baseiam a concepção
de escola única.
Ao apontar a necessidade de construir progressivamente a autonomia
intelectual e ética
nessas fases da formação humana o autor afirma que a escola para
adolescentes e jovens não constitui-se antidemocrática pelo
conteúdo que oferece, mas por oferecer
diferentes propostas com diferentes qualidades
conforme se destinem aos trabalhadores intelectuais ou operacionais.
( Ocs, p. 12)
Jean
Piaget nas Ocs Fundamenta
os Ciclos de Formação Humana a partir
das fases de desenvolvimento da criança: “Como
primeira consequência dessa opção epistemológica, as Orientações
reafirmam os ciclos de formação humana como eixo organizador das
práticas pedagógicas no período compreendido entre 6 e 14 anos”
( Ocs p. 48).
A
contribuição de Paulo Freire nas OCs é muito significativa pois estabelece uma
concepção pedagógica onde a produção do conhecimento
se dá no processo de transformação da curiosidade ingênua para a
curiosidade epistemológica. A curiosidade ingênua é a que
caracteriza o senso comum. O desafio do educador é a critização e
a superação do senso comum, passando da desrigorosidade para a
rigorosidade. Nesse trânsito de superação, o educador deve ter
“[...] respeito e estímulo à capacidade criadora do educando,
implica no compromisso do educador com a consciência crítica do
educando, cuja promoção da ingenuidade não se faz automaticamente”
( Ocs p.48).”
Com as contribuições de Vygotsky compreenderemos
que a cultura fornece aos
indivíduos os sistemas simbólicos
de representação e suas significações que por sua vez se
convertem em organizadores do pensamento, instrumentos aptos para
representar a realidade” ( Ocs, p.26,32,36).Em
vários momentos, nesta primeira parte do documento há citações
de Vygotsky como no tópico - “Aprender nos Ciclos da Vida”
onde o autor diz: “A aprendizagem se apoia em processos imaturos,
porém em via de maturação e com toda a esfera deste processo está
incluída a zona de desenvolvimento proximal, os prazos ótimos de
aprendizagem, tanto para o conjunto das crianças como para cada um
deles”[...] ( Ocs p.46)
Outra
contribuição teórica importante nas Ocs é a de Wallon ao ao apontar para os aspectos emocionais relevantes na
organização dos
ciclos de formação humana orientando a escola para o reconhecimento da criança nas suas diferentes idades e em situações
diferenciadas observando as necessidades daí decorrentes. Esse
reconhecimento se concretiza quando a escola respeita e diagnostica o
comportamento dominante em cada etapa do desenvolvimento, estimulando
o processo de integração de comportamentos o que é uma
necessidade inerente ao processo de construção da personalidade em
cada fase” ( Ocs p. 57).
Pistrak contribui com sua
concepção prática e teórica de organização do ensino
pois Pistrak considera que o objetivo da escola é a compreensão
crítica e dialética da realidade, na qual os temas e fenômenos
estudados estão articulados entre si e com a realidade macrossocial
e universal. Essa concepção de ensino permite aos educandos não só
a apreensão do real, mas também a intervenção consciente no mundo
social e cultural do contexto da sociedade a que pertencem. Equivale
dizer que o ensino por complexo é produtivo, se fizer a ligação
efetiva entre a atividade intelectual na escola, a prática social e
a auto-organização fora da escola.
Sara
Cristina Gomes Pereira