sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Projeto Sala de Educador - E.E.Luiz Carlos Ceconello-2012




RELATÓRIO DO PROJETO SALA DO EDUCADOR 

Formação Continuada 

Escola Estadual Luiz Carlos Ceconello 














Lucas do Rio Verde-MT 
2012 






RALATÓRIO DO PROJETO SALA DO EDUCADOR 

Formação Continuada 






Diretora: 
Sônia Maria Martinelli Ferreira 

Coordenação Pedagógica: 
Gisláide Aparecida Ferreira de Sena 
Eliane Aparecida Guimarães 

Coordenadora do Projeto: 
Gisláide Aparecida Ferreira de Sena 









Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho. 
Paulo Freire 





Em um mundo globalizado a busca constante pela informação é peça fundamental e estruturante na formação profissional. Nesse contexto, o ensino aprendizagem se remodela para adequar as exigências estabelecidas pelo mercado de trabalho, economia e sociedade, assim o profissional da  educação busca a Formação Continuada como base para o crescimento profissional do educador que irá contribui para a sua prática pedagógica de acordo com as políticas educacionais estadual, nacional e global. Imbernón (2006), sugere a formação permanente ou continuada como instrumento capaz de compreender, perceber e valorizar a formação como possibilidade de aliar teoria e prática. O ensino atual, no contexto estadual, requer uma prática que venha de encontro com a realidade de cada escola, de acordo com a comunidade na qual ela está inserida e de acordo com os avanços tecnológicos e científicos da atualidade. Por isso o Projeto Sala do Educador da Escola Estadual Luiz Carlos Ceconello foi estruturado para atender os anseios e as necessidades formativas do grupo de educadores da escola com o intuito de fomentar a práxis, através da escolha de temas de acordo com as mudanças educacionais vigentes e a proposta pedagógica da escola. 
Desta forma o projeto propôs estudos a respeito das Orientações Curriculares para Educação Básica do Estado de Mato Grosso, do projeto político pedagógico da escola, planejamento coletivo, regimento escolar, portarias, projetos de aprendizagem, ciclo de formação humana, gestão de conflitos, ética, oficinas pedagógicas, estudo sobre interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, uso de mídias e tecnologias, avaliação e relatórios, leituras complementares, tendo em vista, a necessidade de maior interação pedagógica e troca de experiência, visando conhecer a analisar as transformações e tendências educacionais ao nível municipal, estadual e nacional para exercer com plenitude o processo democrático. 
Levando em consideração que o grupo docente escolheu trabalhar com metodologia de Projetos de Aprendizagem, a Formação Continuada buscou o suporte teórico para fundamentar essa prática pedagógica. 
A metodologia de Projetos de Aprendizagem favorece a pedagogia democrática, uma vez que privilegia a relação dialógica entre educador e educandos e destes com o objeto do conhecimento. Professores e alunos em colaboração delineiam e planejam as estratégias de solução às dúvidas temporárias suscitadas. (SILVA, 2005, p. 48). 
Acreditando nessa proposta a escola aderiu a metodologia de projetos implantando em todas as fases e ciclos do Ensino Fundamental, fato que influenciou na mudança de conceitos e percepção de tempo e espaço na escola. Visando a formação dos educadores que fazem parte da equipe de apoio, nutrição e professores, o Sala do Educador focou na formação humana e na metodologia de Projetos de Aprendizagem para atender as necessidades formativas do contexto socioantropológico e educacional vivenciado pela comunidade escolar. 

PRESUPOSTOS TEÓRICOS 

A formação continuada exerce um papel crucial, trazendo os educadores para a discussão, pesquisas, análises e reflexões, pontuando assuntos pertinentes a situação pedagógica como a prática versada com a teoria. Em consonância com as urgências de um mundo em constantes transformações sociais, tecnológicas e econômicas, fez-se necessário uma ampla discussão a respeitos dos fatos que direta e indiretamente afetam os rumos da educação e das novas propostas e tendências pedagógicas levantando temas como: dinamizar, reorganizar e inovar o espaço educativo; planejar coletivamente; reestruturar o tempo e os espaços na escola; estabelecer estratégias para a gestão de conflitos e outros. Apesar de alguns temas já serem pontos de discussão e estudo ainda permanecem repletos de novas possibilidades de crescimento e aprimoramento pedagógico. 
No espaço da organização escolar é indispensável que o educador desenvolva de maneira simultânea, uma prática pedagógica crítica e construtiva que permita ao estudante aprender a aprender, a desvendar o tecido social que o cerca. Para isso usamos como base e fundamentação teórica para a práxis as Orientações Curriculares para Educação Básica do Estado de Mato Grosso; o construtivismo de Jean Piaget que demonstra que o raciocínio da criança segue uma estrutura lógica própria e que vai evoluindo conforme faixas etárias definidas; o Interacionismo de Vygotsky que considera que os elementos biológicos e sociais não podem ser dissociados e exercem influência mútua, desse modo, a somatória das teorias Vygotsky e Piaget resultam numa escola preocupada com a construção dos conhecimentos que se constitui pela interação do sujeito com o meio físico e social, com o mundo dos objetos e das relações sociais. É importante ressaltar que de acordo com as Orientações Curriculares: Concepções para a Educação Básica (2010): 
Do ponto de vista metodológico, é de fundamental importância reconhecer que a relação entre o homem e o conhecimento dá-se mediada pela linguagem, em suas múltiplas formas de manifestação: a língua, a matemática, as artes, a informática. (OCs 2010 p.32). 
Nesse contexto surge a escola organizada por Ciclo de Formação Humana. Porém a organização por Ciclos não deve ser vista como uma solução pedagógica para sanar problemas de ordem estrutural, ou tão somente combater a evasão e a repetência. Mais principalmente uma organização escolar que possibilita o desenvolvimento de novas relações sociais onde os tempos e os espaços escolares são colocados a serviço de novas relações de poder entre estudantes e professores proporcionando, então, uma nova visão de mundo e de sociedade. Para que isso ocorra é necessário apropriar-se de meios mais concisos que possibilite organizar e propor metodologias consistentes e que estejam de acordo com a realidade da comunidade local. Uma forma de conseguir isso é através da investigação socioantropológica e a organização do ensino a partir dos elementos levantados nessa investigação pode ser feita com a estruturação do complexo temático
A investigação socioantropológica é, portanto, uma ação metodológica que integra a lógica interna da visão epistêmica, a qual não prescinde do senso comum para a construção do conhecimento, pressupondo uma concepção de realidade referenciada na filosofia da práxis. (OCs 2010 p.53). 
Os educadores levaram para o Sala do Educador as Orientações Curriculares, e toda a legislação que orientava para o Ciclo de Formação Humana. Assim foi possível a compreensão do contexto que a escola vivencia, evidenciando assim a necessidade de repensar o currículo o tempo o espaço bem como sua metodologia com o objetivo claro de contemplar as exigências e as peculiaridades da comunidade escolar “Ceconello. Com o conhecimento teórico os educadores usaram os mecanismos propostos pelas OCs realizando a pesquisa socioantropológica, definindo o fenômeno, estruturando o complexo temático, trabalhando com projetos de aprendizagem e organizando o espaço em salas ambientes. 
Portanto durante a formação muitos temas e textos foram estudados e analisados. As teorias fomentaram a prática e através delas surgiram ideias e métodos que mobilizou professores e alunos no fazer pedagógico, instigando a pesquisa e a produção do conhecimento. 

O FAZER NO SALA 

No decorrer do desenvolvimento do Projeto Sala do Educador, foram abordados diversos temas  que contribuíram para a formação dos educadores. Os encontros eram sempre iniciados por  momentos de orações através de músicas, textos, mensagens...também dinâmicas diversas que a cada semana tinha um responsável por organizá-las. Quanto ao registro escrito, também era realizado a cada semana por um componente do grupo, que registrava conforme o seu entendimento e com suas características. Em se tratando de Formação Humaana, iniciou-se o trabalho com os educadores, com a reflexão da frase de Sócrates “Conhecece-te a ti mesmo” seguida de questionamentos que propiciavam uma  autoanálise. Após essas reflexões todos escreveram uma carta para si mesmo,  a qual só foi lida no encerramento do Sala. As avaliações aconteciam sempre no final de cada encontro , ou término de cada temática, oralmente ou através de registro escrito. Outro diferencial que cabe ressaltar que o desenvolvimento do Projeto Sala do Educador acontecia em espaços diferenciados, atendendo a necessidade de cada tema abordado, dinamizando o trabalho. Foram utilizados a sala de vídeo, o refeitório, o pátio e o laboratório de informática. . Os temas eram abordados em forma  de Exposição, Seminários, Filmes e Palestras.  Contando ainda com a participação de alunos da 3ª fase do 3º ciclo, que apresentaram sínteses de livros, sobre  através de slides.Os pais dos alunos se fizeram presentes. 
Dentre os Temas abordados citamos: Projetos de Aprendizagem, Inquietações presentes nas vozes dos professores, reconfigurações do papel do Professor, na escola contextualização e fundamentos. Registros em Caderno de Campo. Salas Ambientes. Missão Visão e Valores da escola. Planejamento. Projeto Político Pedagógico  Regimento Escolar e Níveis e Modalidades de Ensino. Orientações Curriculares, Os Princípios Metodológicos Envolvendo a Transdisciplinaridade Ética, Moral e Valores. Recursos Tecnológicos Word, Excel, Paint e Power. Gestão de Conflito. Ética, Educação e Cidadania. A Indisciplina e Formação dos Professores. O Princípio da Transdisciplinaridade e Processos Pedagógicos. Palestra “Problemas de Comportamento” Psicóloga Regina, Complexo Temático, Pesquisa Sócio Antropológica ,Matriz de swot e Formação do Alfabeletrar-Jornada de MT. 

O OLHAR O SALA 

Promover estudos que visam maior integração entre a teoria e prática educativa e novos saberes, possibilitando esclarecimentos sobre as mudanças na política educacional do país e suas tendências pedagógicas é um desafio, principalmente quando isso acontece após uma jornada de trabalho de 8 horas de aula. Por esse motivo, pensar o PSE para um grupo de educadores que busca inovar sua metodologia aceitando a proposta de escola organizada por ciclo de formação humana, estruturada com a metodologia de projetos dede aprendizagem em espaços de salas ambientes, é uma tarefa a ser pensada em suas nuances mais sutis. A recepção, a sequencia e distribuição dos temas foram pensadas estrategicamente. A garantia de participação e entusiasmo do grupo sempre foi uma preocupação constante. Por isso o tema inicial foi a formação humana do educador. Esse foi o momento de expor os medos e desafios, assim como as fraquezas e os pontos fortes, assim o grupo construiu um elo de compromisso com o projeto, com o outro e com o eu. 
A qualidade na educação foi a reticências que permeou os diálogos e as discussões, levantou questionamentos voltados ao fazer pedagógico. A escola foi vista como um todo ressaltando os aspectos estruturais e suas esferas físicas, humanas, econômicas, sociais, culturais, documentais e políticas. 
A transdisciplinaridade foi matéria prima para moldar os novos saberes e cada educador vivenciou uma investigação socioantropológica nas 3 horas semanais destinadas ao PSE. Isso foi possível colher nos relatos avaliativos ao final de cada tema, onde a exposição do eu foi permeada de introduções do aprendizado com o outro. 
A transdisciplinaridade supõe a possibilidade de construção do novo, permitindo aproximações sucessivas da verdade, que nunca se dá a compreender plenamente. Por isso, o conhecimento resulta do processo de construção da totalidade, que nunca se encerra, pois há sempre algo novo para conhecer. (OCs 2010 p.36). 
Cada espaço e cada momento foi utilizado no intuito de promover o aprendizado e troca de saberes. 
Contudo foi possível perceber que é necessário a busca de novas metodologias, capacitações constantes, uma formação contínua e de qualidade para todos os profissionais, para juntos superarmos todas as dificuldades existentes não só no interior da escola mas, em toda a comunidade. Portanto, este projeto se justifica por trazer ao educador a possibilidade de ampliar seus conhecimentos teóricos, sua prática pedagógica, auxiliando-o em melhor desempenho no processo ensino-aprendizagem. O cronograma foi cumprido de acordo com as possibilidades e ao final novos temas foram sugeridos e outros são necessários, de acordo com as avaliações, serem retomados, devido a recorrência e pertinência do assunto. É importante ressaltar que a formadora do CEFAPRO, professora Sara Cristina Gomes Pereira, teve participação efetiva e fundamental na orientação do PSE durante todo o processo de elaboração e execução. 





REFERÊNCIAS BOBLIOGRÁFICAS 

ABRAMOVAY, Mirian. Debate: violência, mediação e convivência na escola. Salto Para O Futuro, Brasília. 2005 
VASCONCELLOS, Celso dos S. Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1996. 
SOUSA, Sandra Maria Zákia Lian. Avaliação da Aprendizagem: teoria, legislação e prática no cotidiano de escolas de 1º grau. São Paulo: PUC/SP, 1986. 
ALMEIDA, Fernando José de. Almeida, Maria Elizabeth B. B. Liderança, gestão e tecnologias: para a melhoria na educação do Brasil. São Paulo, 2006. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:Paz e Terra, 1996. 
HERNÁNDEZ,Fernando. A organização do currículo por projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas,1998. 
STRAUB, Sandra Luiza Wrobel. Estratégias, desafios e perspectivas do uso da informática na educação – Realidade da escola pública. Cáceres-MT: Editora UNEMAT, 2009. 
MORGADO, Maria Aparecida. Da sedução na relação pedagógica. São Paulo: Summus, 2002. 
SILVA, Albina P. de P. O uso educativo da tecnologias da informação e da comunicação: uma pedagogia democrática na escola. UFRGS, 2005.180 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. 
Orientações Curriculares: Concepções para a Educação Básica. Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso. Cuiabá: SEDUC-MT. 2010. 128p. 




ANEXOS 
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dia 12/09/2012 
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Mapa da exposição dos projetos de aprendizagem 
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